Professor Max, do PSOL, lança candidatura a deputado estadual


Entre bandeiras, Educação e medidas contra avanço do eucalipto


O professor Max atua há 26 anos na rede municipal de Itabuna

O professor Max (PSOL) lançará nesta sexta-feira (17), às 19 horas, na Câmara de Vereadores de Itabuna, a candidatura a deputado estadual. José Ademaques dos Santos, o nome dele na Certidão de Nascimento, tem uma experiência de 26 anos ensinando Geografia e Educação Física na rede pública municipal, é filho de lavradores e conheceu ainda na infância as religiões de matriz africana.

Nesse trajeto pôde vivenciar – na prática – as mais diferentes realidades e considera que aí encontrou a visão de mundo que deverá norteá-lo na Assembleia Legislativa. “Comecei a dar aula no Novo Horizonte, depois Nova Califórnia, depois Maria Pinheiro, Bananeira, Sarinha, agora estou no São Roque. Sou um professor que aprendi que esses ambientes, onde mora a maior parte da população esquecida pelo poder público, é meu âmago para ser candidato. Não fui buscar bandeiras dos outros; elas são minhas”, garante.

Por falar em bandeiras, uma delas é a Educação. “É o que pode transformar o que está posto aí”, diz ele, autor do livro “Minha rica pobre Bahia ainda é capitania”. Na obra, visitou 356 municípios e pôde pesquisar sobre todas as macrorregiões do estado, conhecer as mazelas que o colocam como 22º Índice de Desenvolvimento Humano – apesar de ter o 6º PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil.

Hoje especialista em Relações Étnico-Raciais e mestre em Cultura Afro-brasileira, o professor Max iniciou o gosto pela política no movimento estudantil. Quando tinha 15 anos, foi eleito o mais jovem presidente de grêmios do Brasil, no IMEAM (Instituto Municipal de Educação Aziz Maron). Depois, fez parte da Associação de Moradores do bairro João Soares.

Causas a defender

Em termos de disputas políticas, Max foi candidato a vereador em 2012 e a vice-prefeito de Itabuna, em 2016. O candidato, nesta nova corrida eleitoral, tem clara a necessidade de novos nomes assumirem as vagas na Assembleia Legislativa. “Estamos fadados a velhas raposas. Se não surgirem novas lideranças, vão continuar. Temos que tirar os políticos que têm 9, 8, 7, 6 mandatos. Dos 63 deputados estaduais, 43 foram reeleitos. E temos que buscar mecanismos para que a educação seja de qualidade; nada melhor do que um deputado professor, para subsidiar questões ligadas à Educação. Tem 18 agropecuaristas, que é a bancada do boi, e não temos professores”, argumenta.

Especificamente sobre o sul, baixo-sul e extremo-sul, ele menciona a falta de representantes capazes de lutar para que mais recursos do estado sejam dirigidos à região que tanto já deu ao orçamento da Bahia.

O professor Max é geógrafo por formação e também manifestou preocupação com o avanço do eucalipto, outra questão contra a qual pretende lutar caso seja eleito. “Ele já desertificou várias regiões do mundo e chegou à Bahia, o estado que mais plantou eucalipto nos últimos anos. Um dos meus maiores desafios é brigar para que não tenha mais avanço das plantações. Vou mostrar para a população que menos de 1% da receita do estado provém do eucalipto”, assinala.

Como principal ferramenta na campanha, o candidato utiliza a internet e pequenas reuniões.