PSD E A SUCESSÃO DE ITABUNA


Partido do senador Otto Alencar integra a chamada "Frente Para Salvar Itabuna"


O presidente do PSD de Itabuna, Alcântara Pellegrini, descartou a possibilidade da legenda não lançar Augusto Castro na disputa pelo cobiçado centro administrativo Firmino Alves.

O partido do senador Otto Alencar integra a chamada “Frente Para Salvar Itabuna”, coordenada pelo ex-prefeito Geraldo Simões (PT). O PCdoB de Davidson Magalhães e o PSB de Renato Costa também participam desse bloco partidário.

Entrevistado pelo radialista Cacá Ferreira, Rádio Difusora, Pellegrini começou logo por um ponto que desagrada o petismo, mais especificamente o geraldista. É bom lembrar que boa parte do PT quer a candidatura do vereador Júnior Brandão. O dirigente-mor municipal do PSD deixou bem claro que prega a mudança, o que atinge em cheio à pré-candidatura de Geraldo Simões. “É necessário a mudança, fazer uma Itabuna melhor”, disse Pellegrini.

O comandante do PSD itabunense, que acompanha as pesquisas de intenções de voto, admitiu que Mangabeira, Azevedo e Castro, respectivamente prefeituráveis pelo PDT, PL e PSD, são os pré-candidatos com reais chances de vitória. “A vontade popular gira em torno dessas três pessoas”, disse Pellegrini.

Questionado se um eventual racha pode acontecer na frente partidária, Pellegrini, sem pestanejar, sem arrodeios, respondeu que “sim”, repetindo duas vezes a palavra pode: “Pode, pode, sim”, demonstrando de maneira incisiva seu pessimismo com o sucesso dessa “aliança” partidária, onde o menos esperto dar beliscão em azulejo.

Pellegrini, que vem recebendo elogios do senador Otto Alencar, pela maneira como vem conduzindo o PSD em Itabuna, usa outro caminho para mostrar que a candidatura de Augusto Castro é também favas contadas, irreversível e inarredável como a de Geraldo Simões. Ao dizer que o PSD “precisa eleger vereadores”, que tem “a obrigação de ter um candidato”, Pellegrini, assentado no fim das coligações na proporcional, joga a primeira pá de cal na tal da “Frente Para Salvar Itabuna”.

Alcântara Pellegrini, como uma forma de manter acesa a esperança de um eventual apoio do governador Rui Costa à candidatura de Castro, que no exercício dos dois mandatos como deputado estadual foi um crítico contundente do governo estadual, até que tentou amenizar suas declarações em relação ao futuro do bloco partidário. “A composição com Augusto como vice é muito difícil, mas nada é impossível”, deixando assim uma pontinha de expectativa na ala do PT que sonha com o ex-tucano na vice de Simões. O leite, no entanto, já estava derramado.

Alcântara Pellegrini foi sincero, o que é uma raridade no movediço e traiçoeiro mundo da política.

PS – Esse imbróglio nessa “união” entre PT, PCdoB, PSD e PSB, está provocando uma procura dos pré-candidatos a vereador pelo PDT, que pode até eleger quatro edis. Tenho conversado com muitos postulantes ao Legislativo, inclusive dessa frente partidária. Alguns já pretendem cobrar uma posição mais transparente dos presidentes das legendas. Vão impor candidatura própria. A sobrevivência da “Frente Para Salvar Itabuna” está com seus dias contados. O desmoramento é só uma questão de tempo, que é inexorável e implacável, o senhor da razão. Quem viver, verá, como diria o saudoso radialista Milton Menezes.