Quase R$ 4 milhões investidos em comunidades indígenas no sul da Bahia


Capacitação e cisterna para água de chuva, entre outras ações


Parceria deve permitir aos indígenas ampliar a produção

Um convênio assinado entre o Governo do Estado e a Associação Indígena Hã Hã Hãe Aldeia Bahetá vai garantir melhores condições de segurança alimentar e nutricional, preservação ambiental, maior oferta de produtos e elevação da renda para 22 famílias indígenas em Itaju do Colônia, no sul da Bahia. Os recursos, no valor de R$ 302 mil, são do Bahia Produtiva, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), e cofinanciado pelo Banco Mundial.

No Litoral Sul, estão sendo aplicados pelo Bahia Produtiva recursos de R$3,8 milhões para comunidades indígenas dos municípios de Camacan, Ilhéus, Itaju do Colônia, Pau Brasil e Una, beneficiando 219 famílias. Já em comunidades quilombolas, o investimento é de R$1,7 milhão, em organizações produtivas dos municípios de Maraú e Itacaré, beneficiando 141 famílias.

O projeto de Inclusão Socioprodutiva Agroecológica, já em execução, prevê a construção de galpão para armazenamento de sementes, cisterna para água de chuva, viveiro para produção de mudas, implantação das áreas produtivas e aquisição de insumos, máquinas e equipamentos, além de mutirões de capacitação.

Wagner Txawã, presidente da Associação, destaca que “esse é um projeto amplo, porque a modernização do processo produtivo não apenas garante a nossa subsistência, bem como a conservação ambiental e a geração de emprego renda, com comercialização da produção em cidades do Sul da Bahia”.

Para a indígena e agricultora familiar Paula Cristina Rocha Olímpio, “com o apoio do Bahia Produtiva, vamos ampliar a participação em feiras do produtor e no Programa de Aquisição de Alimentos, melhorando as condições de vida da comunidade. A agricultura é o pão que a terra nos concede e a terra para nós tem um significado especial, que não é de posse, mas de integração”.

Com cerca de 40 hectares, a Aldeia Bahetá (que homenageia o líder indígena de mesmo nome, um dos símbolos da luta pela demarcação do território pataxó hã hã hãe) mantém criação de gado leiteiro e de corte e produz hortaliças para consumo dos próprios indígenas e para comercialização.

Valorização de comunidades tradicionais

O chefe do escritório da CAR no Território Litoral Sul, Gil Nunesmaia Júnior, afirma que “esses investimentos têm foco no combate à pobreza na área rural, com melhorias na estrutura de instalações, capacitação técnica, construção de novos equipamentos para qualificar e ampliar a produção, fortalecendo a agricultura familiar, com respostas positivas por parte das comunidades beneficiadas”.

Marcos Vinicios Souza, coordenador regional da Bahiater, diz que estão trabalhando também na emissão de Declarações de Aptidão ao Pronaf. “Garante o acesso ao crédito; são ações articuladas, que permitem a inserção em políticas públicas do Governo do Estado, que valorizam as comunidades tradicionais”, explica.