RUI, NETO E A SUCESSÃO MUNICIPAL



 

A sucessão do prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, começa a clarear em relação aos partidos e seus pré-candidatos ao cobiçado centro administrativo Firmino Alves.

A vereadora Charliane Souza no comando do DEM. O presidente da OAB local, Edmilton Carneiro, assumindo o controle do PSDB. O ex-tucano Augusto Castro de malas prontas para o PSD do senador Otto Alencar. Som Gomes, secretário de Administração do governo FG, com um pé no PR.

O nevoeiro vai se dissipando. O cenário fica menos nebuloso. É evidente que muita coisa pode mudar. O formato da nuvem hoje, pode ser outro amanhã, como dizia o já falecido Magalhães Pinto, ex-governador de Minas.

As duas maiores lideranças da Bahia, com projeção nacional, sem dúvida Rui Costa (PT) e ACM Neto (DEM), estão de olho no processo sucessório das grandes cidades.

Digo de projeção em todo país, porque o governador Rui Costa é tido como provável presidenciável do PT na sucessão de Bolsonaro. O alcaide soteropolitano é o presidente nacional do DEM.

A vantagem do governismo petista de Rui sobre o demismo oposicionista de Neto, no sentido de lideranças fortes, é apenas numérica. A oposição só tem ACM Neto. O outro lado, além de Rui, tem o ex-governador Jaques Wagner. O placar é de 2×1.

A tática de Rui vai ser a mesma de Neto, que por ser postulante ao Palácio de Ondina na eleição de 2022, vai se esforçar mais para eleger seus candidatos na sucessão municipal. Ambos têm a mesma opinião: o grupo que sair mais unido sai mais fortalecido, o que pressupõe um único candidato do campo governista e da oposição.

Rui Costa e ACM Neto terão como norte para suas decisões, as pesquisas de intenções de voto. Quem estiver melhor colocado, com mais chances de derrotar o adversário, será o escolhido.

A missão é complicada, principalmente no campo governista. O PSD, por exemplo, vai querer marcar presença nos maiores colégios eleitorais, fortalecendo o nome de Otto Alencar para a próxima sucessão estadual. Vale lembrar que o PT não vai abrir mão de ter candidatura própria.

As conversas entre os prefeituráveis de Itabuna já estão acontecendo. De um total de 20, somente seis ou sete serão candidatos. No frigir dos ovos, sejam eles de roça ou de granja, só três com possibilidade de ganhar o pleito.

PS – Alguns partidos são 100% oposicionistas, fazem oposição aos governos de Rui Costa e Fernando Gomes, hoje aliados e de mãos dadas. Outras legendas defendem o governador e fazem críticas ao prefeito. O PT de Geraldo Simões, por exemplo, faz oposição a Fernando Gomes, mas o de Josias Gomes segue Rui Costa. O PDT do médico Antônio Mangabeira faz oposição dura ao governo Fernando Gomes e não fica calado em relação ao governo estadual. Não sei qual a posição do PSB de Renato Costa no tocante ao governo FG. O PCdoB, com o vereador Jairo Araújo, faz oposição ao alcaide, mas Davidson Magalhães, presidente estadual da legenda, parece afinado com a cúpula do petismo. Vale lembrar que o comunista tem cargo no primeiro escalão do governo Rui Costa.