Simulacro de Justiça



Félix
Félix Mendonça Júnior

* Marco Wense

 

O Partido Democrático Trabalhista, o PDT do saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola, aqui na Bahia sob o comando do deputado federal Félix Júnior, precisa de uma conversa direta com o governador Rui Costa (PT).

Chegar para o mandatário-mor e perguntar se o PDT tem menos importância do que as outras legendas que integram a base aliada do governismo, o motivo desse tratamento cada vez mais explícito e desigual.

E o pior é quando se toma uma posição em favor de um candidato oposicionista em detrimento de um aliado, como foi o caso do prefeito eleito Fernando Gomes, filiado ao DEM.

O mais agravante não foi o fato de Fernando ser um demista, mas sim por ser um inimigo político histórico que dizia cobras e lagartos dos petistas, chamando-os, até pouco tempo, de tudo quanto é palavrão.

Rui
Rui Costa

As articulações de Josias Gomes, secretário de Relações Institucionais, para impedir a inelegibilidade de FG no TRE, são provas incontestes de que há um desdém com o PDT, de que não fazem questão do apoio do partido à reeleição do governador.

Não sei se todo esse escancarado movimento pró-Fernando, sem nenhum tipo de constrangimento, teve a colaboração e o aval do ex-vereador de Itabuna e ex-ceplaqueano Everaldo Anunciação, presidente estadual do PT.

Agora, vem o processo eleitoral da UPB e, novamente, o menosprezo. O mínimo que se pode esperar é uma posição de imparcialidade por parte da cúpula do PT, já que a disputa pela presidência da União dos Municípios da Bahia será travada entre duas legendas que compõem a base aliada, o PDT e o PSD.

De um lado, o pedetista Luciano Pinheiro, prefeito de Euclides da Cunha. Do outro, o alcaide de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro, do PSD do senador Otton Alencar. Se sentindo preterido, Pinheiro procurou a oposição e já conta com o apoio do democrata José Ronaldo, gestor de Feira de Santana.

Portanto, cabe ao deputado Félix Mendonça Júnior um urgente diálogo com o governador Rui Costa. Não pode é o PDT ficar recebendo um tratamento como se fosse um partido coadjuvante ou de menor expressão.

O melhor caminho, se o PDT não tiver o respeito digno do PDT, é o de rever essa desalinhada aliança. O Partido Democrático Trabalhista não é uma legenda qualquer.

O cinismo do PT

ciro
Ciro Gomes

Não é possível que o PT e os petistas vão continuar errando depois de tudo que aconteceu e, como consequência, todo esse gigantesco desgaste que toma conta da legenda.

De público, esbravejam o “Fora Temer”. Nos bastidores, ficam atrás de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e de Eunício Oliveira (PMDB-CE) pedindo uma boquinha em nome da sobrevivência política.

Maia e Oliveira, respectivamente candidatos às presidências da Câmara Federal e do Senado da República, são os principais protagonistas do “Fora Dilma”, os intitulados pelo petismo de “golpistas”.

O ex-governador do Ceará e candidatíssimo ao Palácio do Planalto na eleição de 2018, Ciro Gomes (PDT), tem razão quando diz que “trocar o restinho de respeitabilidade por um carguinho e suas mordomias seria nada menos do que traição”.

Pois é. É incrível. Depois de tantos escândalos, de todo esse massacre da imprensa, da Operação Lava Jato cada vez mais perfurante, o PT ainda não aprendeu a lição.

Ora, se aprendeu e continua no mesmo caminho, aí é deboche, cinismo, é falta de respeito com a aguerrida militância, com a história de luta do Partido dos Trabalhadores.

Grada Kilomba

“Há uma história de privilégios, escravatura e colonialismo expressa de maneira muito forte na realidade cotidiana. É espantoso ver a naturalidade com que os brasileiros conseguem lidar com isso. Muitas vezes nos dizem que nós somos discriminados porque somos diferentes. Isso é um mito. Não sou discriminada por ser diferente, mas me torno diferente justamente pela discriminação que sofro. O branco não é uma cor. O branco é uma definição política que representa os privilégios históricos, políticos e sociais de um determinado povo. Um grupo que tem acesso às estruturas e instituições dominantes da sociedade. Branquitude representa a realidade e a história de um determinado grupo”.

Grada Kilomba, 45, negra, nasceu em Portugal, escritora e professora da Universidade de Humboldt, uma das mais tradicionais e antigas de Berlim.

Fernando: PSD ou PSL?

Otto Alencar
Otto Alencar

Venho dizendo, há muito tempo, que entre os acertos de Fernando Gomes e Josias Gomes, o de mudar de legenda (DEM) e ir para um partido da base aliada é considerado como o mais importante, o que implica no apoio de FG à reeleição do governador Rui Costa (PT).

O outro acordo é pessoal. Ou seja, Fernando Gomes vai apoiar Josias para o Parlamento Federal. Uma maneira de retribuir os favores do secretário de Relações Institucionais no seu esforço pela elegibilidade de FG.

E qual seria a nova opção partidária do prefeito eleito de Itabuna, o PSD do senador Otto Alencar ou o PSL do deputado e presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Nilo?

O próximo passo da articulação política do governo é afastar Fernando Gomes do PSD, já que Otton Alencar não é tão confiável para o alto comando do PT, tanto estadual como nacional.

TSE

Informações lá de Brasília, passadas pelo setor jurídico do PDT nacional, dão conta de que dificilmente Fernando

Marcelo Nilo
Marcelo Nilo

Gomes escapa da Lei da Ficha Limpa no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Aqui na planície, principalmente entre os fernandistas, a opinião é de que FG vai vencer mais uma batalha jurídica, passando por cima do acórdão do TCU que, por unanimidade, condenou o prefeito eleito de Itabuna.