SUCESSÃO DE SALVADOR, PESQUISAS E A BASE ALIADA


ACM Neto e Rui Costa têm sua sustentação política, respectivamente com o DEM e o PT na linha de frente.


A base aliada que intitula o comentário de hoje é a do governador Rui Costa. Faço essa observação porque o prefeito ACM Neto tem a sua. A expressão “base aliada”, tanto na sucessão soteropolitana como em outros municípios, não pode ser exclusividade do chefe do Palácio de Ondina.

ACM Neto e Rui Costa têm sua sustentação política, respectivamente com o DEM e o PT na linha de frente. Portanto, ao se referir a base aliada é aconselhável dizer se tal partido segue a liderança do alcaide ou do governador.

Aqui em Itabuna, por exemplo, como na vizinha e irmã Ilhéus, a expressão “base aliada” é sempre ligada a Rui Costa, como se ACM Neto não tivesse interesse no processo sucessório e nem partidos que giram em torno do seu comando, da sua orientação. Vale lembrar que o presidente nacional do DEM é pré-candidato ao governo da Bahia no pleito de 2022. Seu maior cabo eleitoral vai ser a fadiga do eleitorado com o PT, que se aproxima de 16 anos no poder. O sentimento de mudança é um adversário imbatível.

Em relação a última pesquisa de intenções de voto, encomendada pela TV. Record Bahia, sob pena do editorial ficar longo, vou ser bastante objetivo, sem fazer uma análise mais detalhada dos números. Cito apenas os três que estão na frente: Bruno Reis (DEM-30%), Pastor Sargento Isidório (Avante-13%) e Lídice da Mata (PSB-11%).

A grande preocupação do petismo e, principalmente, do lulopetismo, uma espécie de corrente política que lembra o bolsonarismo chamado de raiz, trocando apenas a maneira de chamar o líder, um é o “Deus Lula”, o outro o “mito Bolsonaro”, é a eleição de Bruno logo no primeiro turno, o que enfraqueceria o desejo do senador Jaques Wagner de governar a Bahia pela terceira vez.

Outro detalhe que só reforça a possibilidade da fatura ser liquidada já em 15 de novembro, é o fato do prefeiturável indicado por ACM Neto ter a menor rejeição entre os três da dianteira, com apenas 9%. Lídice tem 15% e Isidório o mais rejeitado com 26%.

Poderia muito bem encerrar o editorial dizendo que a eleição de Bruno Reis, salvo algum acidente grave de percurso, é favas contadas. A dúvida é se ganha logo no primeiro turno. Mas não posso deixar de fazer uma análise sobre a major Denice Santiago, recém filiada ao PT e a prefeiturável do governador Rui Costa.

É evidente que a campanha da neopetista tende a crescer. Apoio de governador não é de vereador, em que pese a importância dos edis na corrida eleitoral. A militar não vai ficar estagnada nos preocupantes 4%, muito longe do favorito. Como é também claro que a missão de levar a militar para um segundo turno é complicadíssima.

Encerro dizendo que o cada vez mais acentuado favoritismo de Bruno Reis vai acirrar a disputa pela vice na composição da chapa majoritária.

A vitória de Bruno Reis, em se tratando da sucessão de Rui Costa, é a primeira azeitona na empada de ACM Neto. Se a eleição for decidida na primeira etapa eleitoral, serão duas azeitonas.