SUCESSÃO EM ITABUNA COM FERNANDO GOMES NA DISPUTA


Preocupação de Fernando Gomes com o petista é zero, segundo Marco Wense


O caminho da reeleição do prefeito Fernando Gomes é cheio de obstáculos, tanto no campo da política, tendo que enfrentar um alto índice de rejeição, como no jurídico, já que terá pela frente uma dura batalha para não ficar inelegível, como hoje se encontra. Sua filiação ao PTC é também questionada.

Quando o assunto é Fernando Gomes e a Justiça, 95% dos eleitores comungam com a opinião de que o alcaide vai novamente sair candidato, como aconteceu em 2016. “Fernando sabe onde as cobras dormem”, costumam dizer os correligionários mais próximos do atual gestor do centro administrativo Firmino Alves.

É evidente que os tempos são outros. O empenho do governador Rui Costa (PT) não será tão intenso e escancarado como foi no pleito de 2016. O chefe do Palácio de Ondina deu total apoio ao então candidato do Partido do Democratas (DEM). Parecia um fernandista de carteirinha, um aliado fiel e histórico. Vale lembrar que Fernando dizia horrores do PT e do ex-presidente Lula.

Outro ponto que aflorou em decorrência da possibilidade de Fernando disputar sua própria sucessão, diz respeito ao ex-secretário de Administração Son Gomes, que pelo entusiasmo com que estava levando sua pré-candidatura, parecia acreditar que o tio já tinha deixado de lado a intenção de buscar o sexto mandato, que iria se aposentar de vez da política. Ledo engano.

Qual seria o prefeiturável mais prejudicado com Fernando Gomes disputando o pleito de 15 de novembro? Essa é a pergunta que domina as conversas sobre o processo sucessório municipal. Para que o editorial não fique longo, faço o comentário com os nomes de Mangabeira (PDT), Azevedo (PL), Augusto Castro (PSD) e Geraldo Simões (PT).

Fernando Gomes na disputa não interfere em nada na campanha do ex-prefeito Geraldo Simões. Aquela polarização FG versus GS já deixou de existir há muito tempo. A preocupação de Fernando Gomes com o petista é zero. No staff fernandista não se fala no nome de Simões.

Não vejo também nenhum problema para Augusto Castro, que tem seu eleitorado muito diferente do de Fernando e bem parecido com o de Mangabeira, mais especificamente na significativa parcela que quer mudança, que não pretende votar em quem já governou a cidade. Vale ressaltar que mais de 35% de quem vota em Augusto, têm Mangabeira como segunda opção e vice-versa.

Mangabeira é, sem nenhuma dúvida, o mais beneficiado com a entrada de Fernando no jogo sucessório. Com o prefeito na disputa, Mangabeira é quem vai encarnar e representar o antifernandismo, que pode ser seu grande “cabo eleitoral”, assim como foi o antipetismo para o então candidato Bolsonaro.

O mais prejudicado com a decisão de Fernando de buscar o segundo mandato consecutivo e a quebra do tabu da reeleição é Azevedo. Não há espaço para dois candidatos populistas. Não tem como Azevedo ter uma boa votação concorrendo com seu criador político. Não à toa que a notícia de que Fernando pode postular, pela via democrática, sua permanência no comando do Poder Executivo, caiu como uma bomba no colo dos coordenadores da campanha do capitão.

Como não acredito na reeleição de Fernando e nem na eleição de Azevedo, o próximo gestor de Itabuna será Antônio Mangabeira ou Augusto Castro. Quem viver, verá, como dizia o saudoso, inquieto e polêmico radialista Milton Menezes.