Sucessão em Itabuna: quem vai ser o primeiro dissidente?


Marco Wense põe dúvidas no futuro do quarteto que quer chegar à prefeitura


Aquela outra frente, que tinha como porta-voz o ex-prefeito de Itabuna Geraldo Simões, composta pelo PT, PCdoB, PSD e PSB não existe mais, teve vida curta. No piscar de olhos, desapareceu.

Agora aparece mais um bloco de olho na sucessão de Fernando Gomes, que já decidiu por não disputar o sexto mandato e apoiar seu sobrinho Son Gomes, ex-secretário de Administração.

O novo agrupamento partidário é formado pelo Avante, Rede Sustentabilidade, Cidadania e o MDB, tendo como respectivos pré-candidatos ao cobiçado centro administrativo Firmino Alves, o médico Isaac Nery, Júnior Brandão, Enderson Guinho e Charliane Sousa. Os três últimos postulantes são vereadores.

Do “quarteto fantástico”, como está sendo chamado o democrático e legítimo movimento, a Rede é quem vem defendendo Augusto Castro (PSD) como o nome que deve representar o grupo no processo sucessório. Nos bastidores, o que se comenta é que Júnior Brandão dificilmente será candidato, salvo se a legenda resolver bancar sua pretensão, o que implica na saída da Rede do quarteto.

Ora, Augusto não vai participar desse movimento sem a garantia de um consenso em torno do seu nome. O ex-tucano, obviamente ex-PSDB, não pode mais errar quando o assunto é a sucessão municipal. Sua participação naquela frente de legendas tidas como de esquerda, mais especificamente o PT e PCdoB, não foi bem aceita por uma parcela considerável do seu eleitorado.

Vamos fazer de conta que Castro seja o candidato do quarteto. Quem seria seu vice, Júnior Brandão, Enderson Guinho, Isaac Nery ou Charliane Sousa? Não tem cabimento é o pesadelo de Augusto ser o vice de um deles, como deseja um lunático edil.

Quem seria o primeiro dissidente do quarteto por não aceitar ser defenestrado da chapa majoritária? Dentro da Rede já há um começo de articulação para colocar Júnior Brandão como vice de Augusto.

Pelo andar da carruagem, o quarteto, com tanta vaidade aflorada e incontida, vai terminar como um trio, depois dueto e, como tiro de misericórdia, com cada qual cuidando do seu quintal. Carreira solo.

Vale lembrar que o comando estadual das siglas não vai endossar quem não tenha a mínima chance de entrar no jogo com viabilidade eleitoral, pelo menos para não sair da disputa com pífia votação.

Correligionários mais próximos dos vereadores-prefeituráveis já se posicionam a favor do que eles acham seguro. Ou seja, a busca pela reeleição para o Legislativo.Temem que o desejo de ser perfeito, de ter o comando da cobiçada prefeitura, termine deixando o edil sem nada.

No frigir dos ovos, os senhores vereadores-prefeituráveis, pelo menos os mais lúcidos, vão enxergar que é melhor tentar continuar no Parlamento municipal do que ficar a ver navios.