Taurino Araújo, poeta do direito e da vida


Artigo escrito pela professora Efigênia Oliveira


Efigênia Oliveira*

 

No auditório do Colégio Sesquicentenário – CISO, estudantes e convidados aguardavam para ouvir, naquela Sessão Especial da Câmara de Vereadores, comemorativa do Cinquentenário de Taurino Araújo, exposição sobre a sua Hermenêutica da Desigualdade e reflexos na Universidade e Ensino Públicos e Gratuitos. Presentes o diretor Júnior Brandão, professores, representantes da OAB, da UFSB, da Defensoria Pública, do NRE5 e de outros segmentos sociais.

A significativa homenagem a Taurino Araújo é mais uma na coleção de quem — incluindo Jorge Amado — é um dos sete detentores da Comenda Cidadão Benemérito da Liberdade e da Justiça Social João Mangabeira – CBJM, 2013 -,maior honraria do Estado da Bahia.

Originário de Jequié, egresso do curso de Direito da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, 1993, tempo em que a luta coletiva de estudantes no Sul da Bahia era para transformar a Federação de Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna – FESPI em universidade pública, gratuita e de qualidade. Taurino estava junto, e com os demais obteve êxito após intensa batalha, mística de poeta e de herói.

Ouvir Taurino Araújo é ser despertado para a holística de que “tudo está em tudo”, na voz que conquistou natural autoridade em sua nota poético/literária ao demonstrar que as ramas se interpassam e alimentam de oxigênio o florescimento de novos botões, e de possibilidades às quais se refere Agenor Sampaio Neto no posfácio 10.2: Taurino é tema para doutorado e para samba-enredo, polímata que se dedica em casa a muitas ou, pelo menos, a diversas disciplinas.

Ler Hermenêutica da Desigualdade: uma Introdução às Ciências Jurídicas e também Sociais é dar de cara não apenas com quem acredita no que diz o autor desde o discurso de formatura “Por um caminho juncado de flores […]” inspirado na florada que ladeia o caminho da UESC, mas também na esperança de melhores dias.

No discurso que descortina um leque de interpretação e de conhecimentos que articulam encontros burilados no diálogo de possibilidades latentes no emaranhado de tantas diferenças, surge a palavra lapidada por beleza, força e sabedoria de quem aposta no fazer coletivo.

Toque de arte na produção de sentidos relevantes para a sociedade: Educação e Direito pelo “direito a uma vida feliz”, a tese de Taurino Araújo – CBJM é resultado de longa experiência de ensino e pesquisa nas áreas de Ensino Jurídico, Religação de Saberes, Teoria Geral do Direito, Transpessoalidade, Pensamento Sistêmico, Criminologia, História, Filosofia, Antropologia Jurídica, Ética na Comunicação e Campos Interdisciplinares.

É por aí que transita a poética das diferenças, essa ode bonita que é a Hermenêutica da Desigualdade.

 

* Professora Efigênia Oliveira é Especialista em Literatura