VAIAS



– PARA a banalização da violência, prova do quão brutas as pessoas estão ficando diante da sequência de assassinatos em Itabuna. Tornou-se comum a presença de crianças, inclusive acompanhadas pelas mães, enquanto a Polícia Técnica faz um levantamento cadavérico. Diante de um atentado num bairro, nota-se garotos conversando, rindo e até relatando com naturalidade o fato presenciado minutos antes. Essa talvez seja a consequência mais grave de todo esse cenário: pessoas aprendem a pré-julgar quem merece (?) viver e morrer na cidade. Estamos falando do nosso contexto, mas lamentavelmente é uma realidade vivenciada em muitos municípios Brasil afora.

 

– PARA a distância ainda longa até a sociedade compreender a importância de as vítimas de estupro denunciarem seus agressores. Estima-se que apenas 10% das mulheres alcançadas por essa barbárie denunciam. E o pior: não o fazem por vergonha e por medo do olhar do outro. Aquele olhar que culpa e atribui o ocorrido à roupa que ela usava, à forma como pintou o rosto, ao comportamento, ao lugar e/ou horário onde estava etc. É como se não estivéssemos no século 21. Até quando?

Foto: Pedro Devani/Secom AC

– PARA a publicação do decreto através do qual o governo federal extingue a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), área de 47 mil quilômetros quadrados entre o Pará e o Amapá. Com a medida, o espaço fica liberado para a extração de ouro e outros minerais nobres. Apesar da afirmativa oficial de que a medida “não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira”, é sabido que por aqui há inúmeras leis que simplesmente não saem do papel. Principalmente quando estão em jogo imensuráveis interesses econômicos. Afinal, o próprio governo pretende leiloar as áreas para empresas explorarem as reservas minerais. E a contrapartida para a sociedade é …