Vereador Guinho demonstra relação de amor e ódio com PDT de Itabuna


Único representante do PDT na Câmara não faz parte da executiva do partido


Embora o clima seja publicamente diplomático entre o vereador Enderson Guinho e o presidente do PDT em Itabuna, Dr. Antônio Mangabeira, parece que, na prática, impera outro lema. Como diz o refrão de uma “cantiga” que tocou bastante por aí, é “ado, a-ado, cada um no seu quadrado”.

Mesmo sendo o único edil pelo partido na cidade, Guinho não está entre as lideranças – ao menos em âmbito interno – do PDT. Não faz parte, por exemplo, da recém-eleita executiva municipal da sigla. Questionado pelo Diário Bahia se a ausência dele mostra algum mal-estar com Dr. Mangabeira, Guinho argumentou:

“Eu nunca fui indicado a participar da diretoria do partido, e nem sabia que aconteceria eleição do diretório. Só soube que estava sendo planejada através da página do Facebook do partido, que foi publicado que tinha acontecido uma reunião de montagem da comissão eleitoral. E já recebi o convite do dia que aconteceria a votação. Da minha parte, não existe mal-estar nenhum; sigo desenvolvendo o meu mandato da melhor forma possível, alinhado com o partido, que faz oposição ao governo municipal”.

Quando perguntamos como está o diálogo entre o partido e seu único representante no Legislativo, Enderson Guinho entregou: “O diálogo, sempre que necessário, acontece de forma respeitosa. Infelizmente, membros da diretoria do partido não têm uma boa relação comigo, onde durante todo o meu mandato sempre me criticaram, e fazendo ataques sem fundamentos”.

 Respingos da eleição

Quisemos saber, então, se a “dobradinha” dele (candidato a deputado estadual) com um nome do PPS deixou mágoas com os correligionários. O vereador explicou, então, o então candidato a deputado federal Joceval Rodrigues é membro da Renovação Carismática, movimento da igreja Católica do qual ele também faz parte.

Disse que o nome dele e o de Rodrigues foram aprovados em assembleia na Diocese de Itabuna e tal decisão foi comunicada à direção do PDT. “Eu não teria como levar Mangabeira para dentro do movimento, até mesmo por uma questão ética. Isso não foi compreendido por correligionários, que atacaram e criticaram duramente, o que não compreendo, já que os candidatos fazem dobradinhas com várias pessoas”, recorda.

Ele ressalva, porém, não ter aceitado marchado com o colega católico em Itabuna, por uma questão de respeito a Dr. Mangabeira. E que o faz “somente nas cidades vizinhas que pertencem à Diocese”. Logo na distribuição de material de campanha, sinaliza ele, não ficou clara, digamos, uma caminha conjunta entre os colegas de PDT.

“Não recebi o material dobrado com Mangabeira  e nenhum tipo de material de campanha, para que pudesse fazer o trabalho dobrado, onde interpretei que não era uma vontade  do mesmo fazer dobradinha comigo. Fiz a minha campanha com a minha equipe, pedindo voto para o doutor Mangabeira nas redes sociais e até mesmo nos debates que participei em Itabuna”, completou.

Numa espécie de reflexão – e de afago aos dois candidatos –, ele acrescentou que a votação de Joceval Rodrigues em Itabuna neste ano foi menor que no pleito anterior. “Uma resposta de que a campanha feita por mim para ele foi somente dentro dos grupos da Renovação Carismática, em respeito à candidatura do Doutor. Joceval em 2014 recebeu mais de três mil votos em Itabuna e 2018, menos de dois mil. O que me arrependo de não ter dado uma força maior, já que ele me ajudou muito durante a campanha. Porém, como Mangabeira foi um grande parceiro durante os meus dois anos de mandato, não poderia ter feito diferente!”, elabora o jovem vereador.

Cargos na executiva

Sobre a executiva do PDT, mencionada no início deste texto, o presidente é Dr. Antônio Mangabeira; a primeira-vice é a esposa dele, Dra. Célia Kalil Mangabeira, e o segundo vogal é o filho deles, Dr. Rafael Kalil.

Vale esclarecer que a referida executiva é composta pelo presidente; primeiro vice-presidente; segundo vice-presidente (Marco Wense); secretário (Marcus Vinícius Anjos); tesoureiro (Carlos Alves dos Santos); primeiro vogal (Antônio Carlos Saadi) e segundo vogal.