WAGNER, GERALDO E A SUCESSÃO MUNICIPAL


Wense comenta a relação de Geraldo Simões com os líderes do PT da Bahia


Tá ficando feio. Qualquer comentário que não agrade aos senhores políticos, mais especificamente aos seus correligionários, remunerados ou não, é um Deus nos acuda. O discurso pregando o respeito pela liberdade de expressão é de mentirinha.

Bastou dizer que o governador Rui Costa desdenha Geraldo Simões na sua legítima pretensão de retornar à prefeitura de Itabuna, para que muitos ficassem tiriricas da vida com este modesto escriba.

Todos sabem, inclusive as freiras do convento das Carmelitas, que o relacionamento político entre o ex-alcaide Geraldo Simões e o atual chefe do Palácio de Ondina, ambos petistas históricos, é movido apenas pelo aspecto da civilidade.

O ex-gestor do cobiçado centro administrativo Firmino Alves, prefeito por duas vezes, vem sofrendo retaliações de muitos “companheiros”. O auge do tratamento frio e da indiferença aconteceu quando Josias Gomes, então responsável pela articulação política do governo Rui, era o titular da secretaria de Relações Institucionais (Serin).

Vale lembrar que Josias, lá de Pernambuco, teve seu primeiro emprego na Bahia na primeira gestão de Geraldo como prefeito de Itabuna, na época questionado e criticado por trazer gente de fora para trabalhar no governo.

A verdade é que se depender do governador e de alguns “companheiros”, Geraldo não sai candidato na sucessão de Fernando Gomes. O primeiro passo para enfraquecê-lo falhou. O geraldismo saiu vitorioso na eleição para a composição do diretório municipal, que culminou com a vitória de Jackson Moreira, sem dúvida um bom e competente dirigente partidário. O Partido dos Trabalhadores está em boas mãos.

Ora, a notícia de que o senador Jaques Wagner pode ser o coordenador político do governo Rui Costa, se licenciando do Parlamento para assumir a Serin, deixou o grupo de Geraldo eufórico,
esperançoso de que Rui, com Wagner na frente da articulação política, possa dar um alô para o ex-alcaide e, quem sabe, uma declaração de apoio a sua legítima e merecida pré-candidatura.

Wagner e Geraldo se dão muito bem. Com efeito, o ex-governador, uma espécie de criador político de Rui Costa, é de pouca conversa com Josias Gomes, que queria ser o candidato a senador. O atual secretário de Desenvolvimento Rural trabalhou intensamente para ser o nome do PT para o Senado da República. Nos bastidores, sua pretensão, além de ambiciosa e politicamente ingênua, foi considerada como uma “missão impossível”. Peitar Wagner, governador por duas vezes, era algo do outro mundo.

Concluo dizendo que a opinião de quem quer que seja, de qualquer pessoa, seja do meio político ou não, jornalista ou não, tem que ser respeitada. Discordar é também um direito constitucional, mas com inteligência, elegância, civilidade e educação.

Geraldo Simões e Jaques Wagner