Artigo de João Otávio Macedo – APROVEITAR A EXPERIÊNCIA


“avaliação criteriosa dos candidatos, passado ilibado e conhecimento”


Estas terras grapiúnas foram primeiramente conquistadas pelos sergipanos que, fugindo da secular seca que castiga o nosso sofrido nordeste, vieram desbravar este pedaço do território baiano onde, anos depois, veio pontificar a cultura do cacau. A história desses pioneiros está bem narrada pelos nossos escritores e historiadores, constituindo um capítulo bonito no livro das conquistas dos pioneiros e consolidadores da região.

Após a primeira leva dos sergipanos e , em menor escala, de baianos de outros municípios, tivemos a participação dos sírios e libaneses, os chamados “gringos” que, tal como os italianos, portugueses, alemães, japoneses, poloneses e povos de outras etnias que deixaram seus países de origem, por não oferecerem muitas oportunidades de trabalho e aproveitaram as chances oferecidas pelo governo brasileiro para preencher a lacuna deixada pela abolição da escravatura, quando os escravos libertos deixaram as fazendas, onde viviam e trabalhavam, partindo em direção às vidas e cidades. A segunda leva de imigrantes em nossa região foi, portanto, constituída pelos libaneses e pelos sírios.

Já há algum tempo que estou devendo ao amigo Farid Maron algumas notas sobre a sua vida e, principalmente, já que estamos em período eleitoral, de sua decisão de, aos 95 anos, tentar uma vaga na Câmara de Vereadores de Itabuna. Farid Maron nasceu ali em Ipiaú, à época conhecida como Rio Novo, tendo chegado em Itabuna no início dos anos sessenta; não teve nenhuma dificuldade em se adaptar à nova cidade, já que filho de pai libanês e mãe baiana, aqui encontrou inúmeros parentes e patrícios. Farid morou alguns anos no Rio de Janeiro, então capital da república, tendo trabalhado na polícia especial de Getúlio Vargas. Ingressou no Serviço Público Federal mediante concurso e foi designado para administrar uma grande fazenda de pecuária, no então Território Federal do Rio Branco, hoje estado de Roraima, onde teve oportunidade de conhecer muito bem uma outra parte do nosso imenso país, lá no extremo norte, fazendo divisa com a Venezuela e a Guiana.

Quando do seu retorno a Itabuna, participou intensamente da vida política e social da cidade, foi Venerável da Loja Areópago Itabunense e foi Vereador no início dos anos setenta tendo desempenhado ações em prol da Universidade de Santa Cruz, do fornecimento de água tratada, Parque de Exposição, mudança no fornecimento de carteira de habilitação de motoristas e participado, ativamente, nas lutas pela instalação da CEPLAC.

Mantendo boa saúde e memória privilegiada, Farid constantemente está presente na banca de revista de Ziza, junto ` àquele campinho, próximo ao Shopping Jequitibá, onde a moçada disputa um futevoley. Ali Farid leva ração para os passarinhos, bate papo com os amigos e desfila as histórias e “estórias” que guarda na memória.

Quando o eleitorado está buscando nomes honrados e que estejam efetivamente dispostos a trabalhar pela comunidade, é bom que se faça uma avaliação criteriosa dos candidatos, escolhendo aqueles que têm um passado ilibado e, além da vontade, que também tenham conhecimento da cidade, do Brasil e do mundo; afinal, vivemos em Itabuna, mas pertencemos ao Brasil e ao planeta terra.