AMANSANDO AS ÁGUAS


“chamou atenção socorro imediato aos flagelados e rede de solidariedade que prontamente começou a agir”


Ainda repercute, tanto em nosso país como no exterior, a fúria das águas que engrossaram rios, lagos, ribeirões e outros cursos d’água, fato que ocorreu justamente nos últimos dias do ano, deixando um rastro de destruição que, vez por outra, ataca parte de um país; mesmo com toda a tecnologia utilizada, efetivamente, ficamos inertes diante das forças da natureza; veja-se o estrago que terremotos, tornados, vulcões costumam fazer, sendo alguns países mais castigados que outros; muitos desses cataclismos estão longe do nosso Brasil, mas nem por isso deixamos de nos preocupar, pois o sofrimento passa a atacar outros povos e a solidariedade internacional mantém-se firme e assim deve continuar até a consumação dos séculos.

Já tivemos outras enchentes importantes, com grandes prejuízos, como a que ocorreu no final de 1967, quando o nível do Cachoeira, engrossado pelas águas dos afluentes, deixou o seu leito e invadiu boa parte da cidade, indo o nível das águas até as marquises, como foi amplamente observado na Cinquentenário, na Beira Rio e em outros pontos da cidade; um barco a motor circulava tranquilamente pela Cinquentenário e, na enchente recente, muitos barcos e até helicópteros ajudaram no resgate de pessoas e animais que se encontravam ilhadas.

Os prejuízos foram imensos, mas o que chamou bem a atenção foi o socorro imediato aos flagelados e a rede de solidariedade que prontamente começou a agir, com ajuda vinda de vários pontos do país e do exterior. Os governos federal, estaduais e municipais caíram em campo, bem como entidades da sociedade civil e das várias igrejas, todos procurando ajudar e não poderia ser diferente, já que comunidade alguma encontra-se apta para enfrentar esses cataclismos que surgem inesperadamente.

Observarmos, também, a presteza dos serviços municipais, comandados pelo prefeito e seus auxiliares, que não mediram esforços para minorar o sofrimento daquelas pessoas, muitas das quais, praticamente, perderam tudo.

A força das águas retorceu aquelas armaduras nos dois lados da ponte do Marabá e nas passarelas ao longo do rio, entre as pontes Lacerda e Marabá mas, em pouco tempo, os funcionários do município recuperaram o gradil e a ponte voltou a funcionar.

Infelizmente, a população não teve tempo suficiente para desfrutar da beleza que estava a ornamentação para os festejos do Natal e do Ano Novo; não me lembro de ornamentação tão caprichada como a do final do ano e só temos a lamentar esses fatores climáticos que destruíram o que foi feito com muito cuidado. Mas, não temos muito o que fazer diante das forças que pairam no universo.

Como o otimismo deve presidir o nosso pensamento e as nossas ações, vamos esperar que, nos próximos festejos, não tenhamos nem enchente nem outras ações destruidoras da natureza.