Na semana passada, comentamos aquela movimentação que ocorria, no início do século XIX, em algumas províncias, com setores da população apoiando o príncipe regente D. Pedro I, pedindo para que desse um basta às exigências das cortes lisboetas e proclamasse a independência do nosso Brasil, o que de fato ocorreu na tarde daquele sábado, 7 de setembro de 1822. Foi uma vitória do povo brasileiro, pois, daquela data em diante, o Brasil não seria mais colônia e passaria a integrar o grupo das nações livres.
A data do 7 de setembro passou a participar do calendário das festividades cívico-militares, também englobando as escolas, as entidades civis e todas as organizações civis, que agem com seriedade e focadas no trabalho, com respeito às leis e aos costumes e enaltecendo aqueles vultos da nossa rica história, que se sacrificaram, alguns com a própria vida, pela libertação e pelo progresso do nosso Brasil.
O 7 de setembro deste ano levou-me de volta, na memória, aos tempos de estudante do primário, do ginasial e, depois, como componente do Tiro de Guerra local e, nessa retrospectiva a um passado já muito distante, vi-me envolvido, mesmo nas brumas do tempo, em bons e ricos momentos. Os ensaios nas escolas geralmente começavam no início de agosto e a garotada já se encontrava apta para o desfile no 7 de setembro, para, garbosamente, desfilar por algumas ruas da cidade após a concentração na Praça da Bandeira, onde quase sempre se ouvia um discurso de uma professora sobre a data; foi quando, pela primeira vez, ouvi a citação de “Brasil, Portugal e Algarves” e isso ficou gravado na memória.
No Tiro de Guerra, na prestação do serviço militar, a coisa sempre foi mais séria e não havia necessidade de treinamento para o 7 de setembro, pois praticamente treinava-se continuamente e as forças armadas do Exército, Marinha e Aeronáutica encontram-se prontas a qualquer momento; mas o Tiro de Guerra, até então a única instituição militar na cidade. Com capacidade de participar de um desfile, englobava as atenções do público, principalmente pela sua banda marcial.
No 7 de setembro recente, como já aconteceu em outras oportunidades, infelizmente, o festejo cívico sofreu, em parte, a influência da campanha política, pois a data cívica está próxima do período eleitoral e das próximas eleições; não houve, felizmente, como alguns esperavam, confrontos mais sérios, mas aquelas multidões em apoio a determinado candidato não deixaram de ofuscar o brilho da festividade cívica.
Aqui na nossa Itabuna, apesar da manhã chuvosa fria, tive a alegria de participar, com um dos filhos e a neta, do desfile, compondo um grupo do Rotary Club de Itabuna que, juntamente com membros de outras entidades da sociedade civil, também engrandeceram a seriedade do desfile; os colégios se esmeraram na banda marcial, no fardamento de seus alunos que garbosamente desfilavam e faziam coreografias, encantando a assistência que, apesar do mau tempo, compareceu em massa para observar e aplaudir o desfile.
Espero que a Prefeitura, através os seus órgãos competentes, já vá pensando no desfile próximo envolvendo todos os interessados para que tenhamos, a cada ano, um desfile que suplante o anterior. Além do Tiro de Guerra e das escolas, louve-se a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e outras instituições paramilitares mostrando à população que temos uma história e essa história precisa sempre ser contada, principalmente aos jovens, para que deem mais valor ao nosso grande, belo e rico Brasil.