Estamos caminhando celeremente para as eleições e logo mais, no início de outubro, além do presidente e governadores, estaremos elegendo, também, os senadores (1/3 do total), os deputados federais e estaduais. Felizmente, estamos em plena democracia e a escolha universal dos dirigentes de uma nação foi uma conquista almejada e conseguida por vários povos, inclusive o nosso. Goste-se ou não da política, ela faz parte diretamente da vida de uma nação e o povo brasileiro tem demonstrado que gosta de comparecer às urnas, apesar dos impropérios que os eleitores lançam constantemente aos detentores de cargos públicos, principalmente os que ocupam posições no Legislativo.
Talvez uma boa parte do eleitorado ainda não tenha compreendido, bem, qual a função do Legislativo e isso vem à baila todas as vezes em que se discute o assédio sofrido por muitos parlamentares e candidatos face aos vários pedidos, inclusive de dinheiro, com alguns eleitores entendendo que isso é uma obrigação do candidato; a legislação endureceu bastante e o que se via, no passado, hoje é crime eleitoral com severas penalidades.
A revista VEJA, na sua última edição, trouxe uma matéria sobre o Legislativo brasileiro, mostrando que os nossos parlamentares poderiam ter realizado muito mais, embora algumas medidas de impacto tenham sido tomadas, como a reforma da previdência, a independência do Banco Central, o auxílio emergencial à população carente, novos marcos legais do gás e do saneamento básico, a privatização da Eletrobrás foi deixada de apreciar e aprovar a reforma tributária e a reforma administrativa.
Analisando o trabalho dos parlamentares, a revista enfatiza que 8 em cada 10 deputados tiveram desempenho fraco ou mediano e, dos 513 deputados, 57 foram considerados cinco estrelas.
O nosso Congresso, englobando as duas casas, a Câmara dos Deputados e o Senado, é tido como o segundo mais caro do mundo e cada parlamentar custa cerca de 7,4 milhões de reais por ano, segundo pesquisa das Nações Unidas com a União Interparlamentar. Não é somente o salário que é computado no cálculo de cada parlamentar, mas os inúmeros benefícios que a crônica chama de “penduricalhos”, benefícios que foram agregados com o passar dos anos e hoje já estão adicionados ao salário.
Não se pretende acabar com o Poder Legislativo, mas transformá-lo num poder mais ágil e mais eficiente, diminuindo gastos desnecessários. Segundo João Mangabeira, “O Poder Legislativo é o único que encarna realmente a liberdade. Os outros poderes podem viver sem ela. O Poder Legislativo não. Quando ele morre, ela se extingue.
As eleições estão chegando e é um momento excelente para melhorar o nosso parlamento, elegendo pessoas sérias, capazes e comprometidas com o bem público e a melhoria da população; não é difícil escolher bons candidatos, bastando que se investigue sua vida pregressa.