Artigo de João Otavio Macedo – MENINOS TRAVESSOS


“É bom que governantes e população saibam dessas coisas para amenizar impactos que seca prolongada causa”


Ainda lamentando os estragos ocasionados pelas enchentes que castigaram boa parte do país, principalmente a região nordestina, no final do ano passado e no início do presente, eis que chuvas ameaçadoras começaram a anunciar o que poderia ser um novo período de enchentes, deixando boa parte da população amedrontada e os governantes severamente preocupados, pois poderia ser uma nova versão do que vivenciamos há cerca de 11 meses. Felizmente, os estragos não atingiram a proporção daquela última enchente, mas não deixaram de causar alguns prejuízos justamente àquelas pessoas mais necessitadas e que acabam perdendo o pouco que têm, na voragem das águas caídas dos céus.

Já faz algum tempo que cientistas sérios, voltados aos estudos e à observação dos fenômenos meteorológicos, vêm chamando a atenção para as peripécias de dois “meninos travessos” que têm bagunçado o clima no mundo e que agora, mais uma vez, estão sendo responsabilizados por essas chuvas abundantes, sempre bem-vindas, desde que não causem tantos estragos. Segundo ouvimos, estamos sob o “domínio” de “La Niña”, que pode durar de 9 a 12 meses e sua ação corresponde a um resfriamento das águas do Pacífico próximas da Linha do Equador, com chuvas no norte e nordeste do Brasil e período de seca e temperaturas muito elevadas no sul do país..

Já no “comando” do El Niño ocorre aquecimento anormal das águas do Pacífico e a temperatura nesse oceano, próximo ao Equador, aumenta entre 2 e 4,5 graus centígrados; essas variações sobre a região do Pacífico alteram a umidade e o calor em várias partes do planeta. Dizem os homens da ciência que, no próximo domínio do “El Niño” poderemos sofrer uma seca que durará alguns anos.

É bom que os governantes e a população em geral saibam dessas coisas para amenizar os impactos que uma seca prolongada sempre causa; evidente que não poderemos evitar a eclosão desses fenômenos da natureza, mas algumas medidas já podem ser tomadas, como evitar as queimadas provocadas pela ação humana, diminuir a devastação da mata ciliar, proteger os oceanos, mares, rios, lagoas e demais cursos d’água com o uso racional dos reservatórios. O assunto é muito sério e preocupante e não deve ficar adstrito, apenas, à esfera governamental. Os homens e as mulheres que lidam com a educação podem dar uma grande contribuição mostrando aos jovens o panorama atual e o aumento do deserto que poderá ocorrer, caso medidas drásticas não sejam tomadas.

A comunidade internacional demorou muito para se dar conta dos estragos que eram feitos, diariamente, à “mãe natureza”; de 1992 para cá, várias reuniões internacionais foram feitas, todas discutindo o meio ambiente e os estragos causados pela chamada civilização. Mesmo sendo um pouco tarde, muita coisa poderá ser feita visando salvar a nossa casa, o planeta terra, onde nascemos e, um dia, para lá voltaremos.