Existe uma forma bem comum de esconder e varrer os nossos problemas para debaixo do tapete, meu amado leitor. É quando prestamos atenção e nos valemos somente das intenções, esquecendo dos atos.
Por mais nobres, belas, edificantes e divinas que sejam as nossas intenções, se elas não se transformam em ações concretas, não passam de fantasias. Colocar o nosso foco somente na motivação, no que queremos fazer para sermos reconhecidos e não partirmos para a realidade, estamos vivendo num mundo paralelo dentro da nossa cabeça!O
Os planos, sonhos, valores, aquilo que acreditamos ser o nosso propósito pouco importam sem ações. Prestar atenção às intenções, projetos e sentimentos descuidando das ações – que é onde, verdadeiramente, as intenções se revelam – é condenar nossa vida ao irreal, instável, abstrato.U
Uma vida condenada à fantasia.
A vida é feita das coisas que fazemos agora, da maneira que tratamos quem convive com a gente, dos deveres que cumprimos mesmo não estando tão afim de cumpri-los, do olhar presente, das ações concretas.
Como estão as suas ações, meu amado ser que me lê aí do outro lado? Vamos fazer uma reflexão? Pega sua xícara, tome um golinho de chá, segura aqui na minha mão e me acompanhe.
Vamos imaginar que hoje é o dia da sua morte. Você já morreu e não pode acrescentar mais nada à sua própria história. Não pode fazer nem planejar mais nada. Agora pensa nas pessoas que mais convivem com você. Pense também nas pessoas que você tem deveres a cumprir: chefe, funcionários, colaboradores, colegas de trabalho.A
Agora, se pergunte como cada uma dessas pessoas vai lembrar de você. Se pergunte, esse é um exercício de reflexão solitário mesmo. E seja honesto com esse movimento, muito embora possa ser difícil. É somente com essa honestidade que você pode fazer os ajustes necessários.
E agora, após essa reflexão, como você pode ajustar seus atos ao seu coração? Como pode reparar as faltas que identificou? Precisamos colocar tijolo após tijolo na construção de nossas casas incompletas.
E é justamente essa percepção de que podemos sempre estar mais presentes e conectados com a verdade e com o que é essencial, que nos move a reparar essas faltas e colocar mais ação em nossas intenções.É
como diz a música: sinônimo de amor é amar!
Mariana Benedito – Psicanalista e Psicoterapeuta
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