O prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, esperava uma posição de neutralidade da cúpula estadual do Partido dos Trabalhadores no processo sucessório, já que sua legenda, o PSD, integra a base aliada do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
O presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, além de participar da convenção que oficializou a majoritária com Adélia Pinheiro (PT) e Augustão (PDT) como vice, declarou que a sucessão de Ilhéus “é prioridade para o PT Bahia e para o PT Brasil”.
Como não bastasse, disse que “a chave começou a mudar em Ilhéus e essa mudança é Adélia Pinheiro e Augustão”. Finalizou dizendo que Adélia “é o nome mais qualificado para promover as transformações que a cidade tanto precisa”.
Ora, ora, pensar que o PT iria ficar neutro na sucessão de Ilhéus, depois de abrir mão de candidatura própria em Itabuna, foi uma gigantesca ingenuidade. O PSD quer o que, que o PT fique sem o comando dos dois municípios mais importantes do sul da Bahia ?
Essa disputa entre o PSD do senador Otto Alencar e o Avante do empresário Ronaldo Carletto, na briga para ver quem conquista mais prefeituras, não pode colocar o PT, que tem o governador do Estado e o presidente da República, como coadjuvante, sob pena de ficar cada vez mais refém dessas duas agremiações partidárias.
O argumento usado pelo lulopetismo para impedir a candidatura do “companheiro” Geraldo Simões, de que prefeito de partido da base aliada, na disputa pela reeleição, tem prioridade, se referindo a Augusto Castro (PSD), gestor de Itabuna, não vale para Ilhéus, já que a legislação eleitoral proíbe à re-reeleição, a disputa pelo terceiro mandato consecutivo.
Com o apoio das três principais lideranças do PT da Bahia a Adélia Pinheiro – governador Jerônimo Rodrigues, ministro Rui Costa e o senador Jaques Wagner -, o otimismo tomou conta da campanha. Vale lembrar que Adélia já ocupa a primeira posição nas pesquisas de intenções de voto.
Somente um acidente de percurso poderia abalar o favoritismo de Adélia Pinheiro, deixando a sucessão mais equilibrada.