No calendário que se refere aos cuidados com as doenças, no mês de março, está incluído o Dia Mundial do Rim que, neste ano, caiu no ultimo dia 14, quando a Sociedade Internacional de Nefrologia e a Sociedade Brasileira de Nefrologia pedem a todos que estão envolvidos na questão, que multipliquem as observações, os cuidados e o aconselhamento, visando diminuir a incidência e a prevalência das doenças renais, responsáveis por altas taxas de morbi-mortalidade.
Todos os órgãos que compõem os organismos dos animais superiores têm as suas funções e, enquanto as doenças não aparecem, agem sinergicamente mantendo aquele estado que nós chamamos de homeostase, ou seja, a saúde determinada pelo bom funcionamento desses órgãos.
São muitas e variadas as funções dos rins, já que temos dois, não dando para explicar, na exiguidade de um artigo, essas funções mas, grosso modo, formação da urina, participação no equilíbrio da água no organismo, no chamado equilíbrio acidobásico, na produção das células do sangue, na manutenção de alguns elementos como o Potássio, o Sódio, o Cálcio e o Fósforo e, com esses dois últimos elementos, concorrendo para a saúde dos ossos.
São muitas as doenças que agridem os rins, algumas delas originadas no próprio tecido renal e, outras, ocasionadas à distância, mas que acabam atingindo os rins, tal como ocorre com a hipertensão arterial (pressão alta), diabetes e obesidade. As organizações envolvidas com as doenças renais calculam que 8 a 10 % da população mundial têm algum tipo de doença renal, nos seus diversos estágios. É compreensível que, se aumenta o número de hipertensos, de obesos e de diabéticos, consequentemente, aumentará, também, o número de pacientes com doença renal, principalmente a insuficiência renal crônica que é quando os rins deixam de cumprir o seu papel, aparecendo vários sintomas e sinais. Portanto, o devido controle do diabetes, da hipertensão e o combate à obesidade, através dieta bem balanceada e bem conduzida, tudo isso estará protegendo os rins, evitando que marche para a condição de insuficiência renal crônica terminal, quando necessitará do tratamento substitutivo da função renal (hemodiálise ou diálise peritoneal) ou transplante.
Há mais de cinquenta anos não havia o tratamento substitutivo da função renal e todos os pacientes, fatalmente, marchavam, em pouco tempo, para o óbito; esse tratamento, graças a um melhor conhecimento das doenças renais e ao avanço da tecnologia aplicada à medicina, veio mudar o quadro das doenças renais, no mundo, possibilitando mais anos de vida aos renais crônicos e melhorando a sua qualidade de vida.
Evidente que os cuidados precoces, para não chegar ao quadro de insuficiência renal, devem ser o caminho de todos e não é difícil segui-lo, bastando boa vontade e desejo de manter uma boa saúde precisando, contudo, de bom atendimento nos postos de saúde, onde se iniciam a investigação clínica e o tratamento, até chegar na atenção terciária, ou com o tratamento de hemodiálise ou o transplante renal.
Vamos, portanto, cuidar bem dos nossos rins.
