Quando vamos nos aproximando das eleições, que sempre galvanizam as atenções do povo, aumenta o número de livros, artigos, mesas redondas, bate-papo na maioria das esquinas, todos querendo explicar os “problemas do Brasil e cada um tendo uma solução para uma questão tão complexa que envolve uma sociedade também complicada, cujos problemas são debatidos há séculos. E agora, principalmente quando estamos próximos das comemorações dos duzentos anos da Independência do Brasil, é que também, faz aumenta o debate.
Já li muito sobre o nosso grande e belo país e considero os livros “Casa Grande e Senzala” de Gilberto Freyre, “Os Sertões” de Euclides da Cunha e “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, como os principais estudos para se entender a formação da sociedade brasileira; há inúmeros autores que também deram a sua contribuição ao tema , cada vez mais fascinante, envolvendo aspéctos da história, da sociologia, da religião e do mundo conturbado da política.
A construção de Brasília foi um marco da maior importância no desenvolvimento do nosso Brasil, mesmo com um custo alto e a escalada da corrupção e dos privilégios ofertados à classe política e a muitos funcionários federais, com repercussões até os dias de hoje. Quem se der ao trabalho de pesquisar, verá que quando a sede do poder era no Rio Janeiro, não havia tantos privilégios e a corrupção – que sempre existiu e, não sei, se um dia acabará – era bem menor.
Mas a construção de Brasília permitiu a expansão da fronteira agrícola do país e hoje ficamos realmente embevecidos com a pujança do agronegocio no centro-oeste numa escalada que nos coloca nos primeiros lugares entre os produtores de alimentos.. Em duas edições recentes da revista “VEJA”, um seu articulista, José Casado” ressalta que o nosso rico Brasil terminará o ano em curso com o agronegocio rendendo cerca de 1,2 trilhão de reais. Vários fatores concorreram para esse avanço vertiginoso no centro-oeste, como aspéctos geográficos, infraestrutura, acesso aos mercados e, principalmente, a educação Instituições como o Insituto Agronômico de Campinas e a Embrapa foram responsáveis pelo avanço tecnolóigico.
Infelizmente, e os artigos do Jose Casado , enfatizam bem, toda essa riqueza oriunda do agronegócio não promoveu uma melhor situação da população mais carente e mostra que, de” cada 100 eleitores, 40 dependem da ajuda do governo para sobreviver e, em alguns Estados, mais da metade da população só se sustenta com ajuda estatal”.
O que fazer para mudar esse quadro? o assunto é complexo e tem que passar, necessariamente, pela discussão e solução políticas. É evidente que , ao longo dos anos, muita coisa já mudou no nosso país. a mortalidade infantil caiu,a média de vida aumentou, estamos entre as maiores economias do mundo mas essas conquistas devem ser distribuídas mais equitativamente entre o nosso povo pois não tem cabimento a situação de miséria que atinge parte importante da nossa população.
O período eleitoral oferece uma importante oportunidade para a discussão desse problema e a maioria do eleitorado deve se conscientizar da importância do voto,elegendo pessoas que , efetivamente, estejam empenhadas e tenham o conhecimento e a vontade política de mudar essa situação