Há muito que a população mundial não tem vivido momentos tão difíceis como o que ora está ocorrendo, com a ação do coronavírus que matou milhares de pessoas e já contaminou milhões, além das consequências da pandemia com reflexos profundos no dia a dia e, principalmente, na economia mundial.
O aspecto desolador das cidades com suas ruas e parques desertos, os veículos recolhidos à garagem e as pessoas só saindo para cumprir determinadas necessidades, com uso de máscaras protetoras, carregando um semblante sóbrio contrasta, visivelmente, com a alegria do povo; esse ser que não chega, sequer, a ser rotulado de célula e só visto à microscopia eletrônica, trouxe o medo, a doença e a morte e não se sabe, a rigor, até quando espalhará o mal pelos quatro cantos da terra. Mexeu com o cotidiano da vida, desempregou muita gente e o estrago na economia mundial tem mostrado o espectro da fome e maiores estragos que poderão surgir caso perdure por muito tempo.
Vivemos, portanto, momentos de turbulências e seria a hora de uma maior reflexão sobre a vida, sobre o relacionamento entre as pessoas, diminuição da ganância e um maior olhar sobre os necessitados; seria a hora, também, de uma nova postura dos políticos, homens e mulheres que se dispuseram ao exercício de um cargo público justamente para trabalharem pelo povo; os recursos da terra, a produção resultante do trabalho de todos, são suficientes para acabar com a fome no mundo bastando, apenas, uma política mais séria e diminuição da ganância.
Causa espanto o que se observa na política nacional, o comportamento tanto de elementos do governo como da oposição, num momento de muita ansiedade e desconhecimento do que poderá vir, quando deveria estar ocorrendo uma maior união, mesmo que temporária, até que o coronavírus seja vencido ou retorne à hibernação. O bate-boca fútil que se observa em alguns setores políticos só concorre para aumentar a descrença do povo, que se vê órfão justamente num momento de grande dificuldade. A saída de um ministro tido como o mais popular do governo poderia ser postergada, pelo menos até que passassem esses momentos de turbulência. Não sabemos nem nos interessa o motivo da exoneração, coisa comum no âmbito do executivo, mas o que se discute é quanto ao momento.
Sabemos que o mundo da política é, muitas vezes, mais cinzento que o mundo dos vírus, mas os detentores de cargos públicos precisam ter o bom senso necessário para tomar decisões, mormente em situações como a que estamos vivendo.
O momento exige calma, tirocínio e sabedoria na tomada de decisões. O coronavírus aí está, nos amedrontando e precisamos de união, conhecimento e recursos para derrotá-lo. O mundo já passou por outras pandemias e também sairá dessa.