Não é fácil o exercício de um governo, seja lá em qual nível for, a não ser que o dirigente não se preocupe com os problemas diários, que são muitos, desviando suas atividades para a corrupção; isso é a tônica que temos observado. Principalmente se atentarmos para o noticiário da imprensa séria, aquela que não vive de sensacionalismos, mas que busca o foco dos acontecimentos com imparcialidade, o que nem sempre acontece.
Encontra-se o presidente Jair Bolsonaro há 11 meses à frente do governo do Brasil, este país gigante, rico, de população heterogênea, com uma das piores divisões de renda entre os seus habitantes, mas o que tem mais chamado a atenção, é que o impetuoso governante tem atacado alguns problemas que não se esperava e, bem ao seu gosto, arrumado algumas confusões com dirigentes estrangeiros, com os políticos locais e, principalmente, com setores da imprensa; tem um estilo despachado, que ora me lembra o general João Figueiredo, em outros momentos faz-me lembrar o Jânio Quadros; gosta de um bate-boca, no que é secundado pelos três filhões “falastrões” e a família governante acaba fornecendo combustível para deleite da imprensa.
Fato que deve ser ressaltado é que ele já cumpriu muitas das promessas de campanha e, o mais importante de tudo, em seu governo não apareceu, pelo menos por enquanto e faço votos que não ocorra, caso de corrupção, avanço no dinheiro público sem dó nem piedade como se observou entre 2003 e 2015. Não procedeu, para aprovar a complexa e sempre adiada reforma da previdência, aquelas negociações nefastas com membros do legislativo e não nomeou seus ministros com as barganhas bem conhecidas.
Em seu governo tem mexido em áreas pouco conhecidas, mas que eram responsáveis por gastos imensos, como financiamento de filmes, ONGS que não prestam conta a ninguém e focos de corrupção que passavam despercebidos, como o DPVAT, Detrans e os “fabulosos” cartões corporativos, que permitiam aos detentores do poder o uso ilimitado de cartões de crédito; uma verdadeira farra com o dinheiro público.
Está tentando diminuir o tamanho do paquidérmico estado brasileiro, tal como ocorre nos países mais desenvolvidos e mais sérios, mas essa tarefa não é fácil; vai acabar com áreas imensas de gastos públicos desnecessários, com a corrupção ao lado e tudo isso motiva pesadas reações.
Já ouvi algo parecido de que estuda-se a tentativa de diminuir o numero de deputados e senadores mas é necessário, para tanto, modificações na constituição e vai mexer em privilégios dos parlamentares, pouco afeitos a uma cota de sacrifício e mais interessados naqueles fabulosos “conchavos” que se realizam entre as paredes blindadas dos prédios de Brasília.
O nosso presidente já mudou de partido umas oito vezes e, parece, está novamente às voltas com nova mudança; não vejo com bons olhos políticos que vivem trocando de legenda, mesmo sabendo que muitas dessas siglas partidárias são manipuladas por inescrupulosos, mais interessados em uma boa negociata do que resolver os sérios problemas do povo brasileiro.
O Jair Bolsonaro ainda terá mais três anos de governo pela frente, caso não entre em atrito com o parlamento, com possibilidades de implementar grandes reformas no país. Pelo que tem feito, salvo algumas brigas inteiramente desnecessárias, tem recebido apoio de considerável parte dos brasileiros; o povo já não aguentava mais tanta corrupção, como não aguenta continuar convivendo com altos níveis de desemprego e a sempre lembrada questão da violência. Acredito nos bons propósitos do Bolsonaro.