A natureza de qualquer ser humano neste planeta chamado Terra é criar vínculos, raízes, portos seguros e se agarrar ao que esteja acontecendo, seja bom ou ruim, como se fosse o único galho de uma árvore que nos salvaria numa corredeira devastadora. A gente se fixa no galho, se agarra, mesmo que ele esteja machucando a nossa mão, porque a gente teme a correnteza. O desconhecido. Mas, lembro a você, querido leitor, que a vida flui e nós não pisamos duas vezes no mesmo rio.
A gente tem muito medo da mudança. E eu acredito que, muitas vezes, esse medo se mascara em forma de controle. A gente quer uma bola de cristal para saber o que vai acontecer, alguém que nos diga como as coisas serão, que desenhe o traço do caminho a seguir, que nos mostre por onde caminhar. Como se a gente pudesse controlar uma das grandes máximas desta vida: nada é permanente, exceto a mudança. Tudo muda o tempo todo no mundo, já diria Lulu Santos…
E esse medo da mudança também pode cegar um pouco a gente e impedir de perceber que toda mudança nos tira de algum ponto em direção a outro. Parece óbvio, mas tem hora que o óbvio precisa ser dito. A mudança é uma coisa boa, mesmo que a gente não consiga perceber no momento que acontece. A mudança nos movimenta para ir além, está sempre nos levando a alcançar algo mais.
Avalie, amado. Acompanhe meu raciocínio. Se algo acontece que nem um furacão e muda nossa vida 360º graus – nem precisa de tanto, só para dar ênfase ao exemplo, até porque uma mudancinha de 15º já sacode um bocado, não é? – das duas, uma: ou é algo muito massa que chegou e vai te proporcionar momentos e experiências maraviwonderfuls; ou é algo que você interpreta como não muito bacana e vai precisar colocar em prática todas as ferramentas de resiliência, autoconhecimento, força de vontade, dedicação. E que, no frigir dos ovos, te enriquece e te amadurece num grau absurdo como ser humano! Percebe?
O medo da mudança causa uma angústia danada na gente e é a negação do nosso maior impulso de crescimento. É a mudança que nos proporciona vivermos novas experiências, adquirir novos conhecimentos, percepções de mundo e evolução. O sol está sempre nascendo e se pondo, a maré sobe e desce, o rio está sempre correndo. Inevitavelmente. E nós aqui, os diferentões da galáxia, resistindo e querendo dar fim ao princípio do fluir.
Se agarrar ao passado e tentar congelar o presente limita, até mesmo, a capacidade de a gente construir um futuro e de receber as surpresas e presentes desse mundão de Deus.
Que a gente possa acolher a mudança, recebê-la para tomar um chá e fazer as pazes; porque, mesmo quando ela chega com um pacote feio e mal embalado nas mãos, é sempre um presente!
A mudança é uma lei da natureza.
O que está por vir é muito melhor do que a gente acredita que precisa ser.
– Psicanalista em formação; MBA Executivo em Negócios; Pós-Graduada em Administração Mercadológica; Consultora de Projetos da AM3–Consultoria e Assessoria.
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