Com 26% de infestação do “mosquito”, Itabuna espera plano contra epidemia



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Mutante, o Aedes aegypti é um dos perigos do momento

Ainda permanecem na mente – e até no corpo – do itabunense as marcas da última epidemia de doenças causadas pelo Aedes aegypti (dengue, zika e chikungunya). E um dos principais anseios é por um plano de ação para evitar um novo capítulo dessa “novela real”, já que o índice de infestação do mosquito gira em torno de 26% (o máximo aceitável pela Organização Mundial de Saúde – OMS é 1%).

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Josivaldo Gonçalves é vice-presidente do SindiAcs

Uma reunião nesta segunda-feira (9), entre a Coordenadora de Endemias da Secretaria de Saúde, Tatiane Luz, e representantes do SindiAcs (Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Endemias do Sul e Extremo Sul), deverá dar o pontapé inicial para definir as ações voltadas para a prevenção.

“O trabalho periódico está acontecendo, mas precisa intensificar; precisa da limpeza dos canais e outros locais onde o mosquito se prolifera; recolhimento de lixo; dar condições para os agentes, larvicida; ainda mais divulgação para conscientizar a população”, pontuou Josivaldo Gonçalves, vice-presidente do SindiAcs, em entrevista ao Diário Bahia.

Ele esclareceu que, no encontro, o sindicato deverá tomar conhecimento dos dados atuais em relação à infestação do “Aedes” e, a partir daí, traçar o mencionado plano. Mas aponta outro problema: o abastecimento com intervalos de 20 dias ou mais em alguns lugares força o acúmulo de água em reservatórios inadequados.

“No verão o perigo aumenta; com a chuva temporã, as pessoas deixam tampilhas, vasilhames à toa, tem que tampar os reservatórios, é um período delicado”, acrescenta o sindicalista, que é agente de endemias há 25 anos.

Itabuna tem 215 agentes em campo, o que é considerado suficiente pelo sindicato. Com o zoneamento do território por bairros, cada profissional visita 20 imóveis diariamente. O questionamento, diz Gonçalves, é com relação à eficácia do larvicida utilizado. “Porque o mosquito é mutante. Esperamos que o Ministério da Saúde, junto com a Fundação Osvaldo Cruz, invistam em mais pesquisas [para chegar a um novo inseticida], acrescentou.