Documentário exalta frutos de grupo teatral em Pau Brasil


Cia. de Teatro Negro Mário Gusmão é tema de mestrado na UFSB


Josivaldo, com atores da Companhia, celebram defesa e aprovação do trabalho acadêmico

Uma mensagem pela cidadania, autoestima, combate ao racismo e, sobretudo, respeito ao próximo. É o que fica evidente no documentário “O chão que a gente pisa”, produção audiovisual da Companhia de Teatro Negro Mário Gusmão, do município de Pau Brasil. Assinado pelo professor Josivaldo Felix Câmara, o trabalho acompanha a dissertação de mestrado dele no programa de Pós-graduação em Ensino e Relações Étnico-raciais da UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia).

O professor Josivaldo, diretor do grupo, traz no vídeo vozes de atores, além de familiares e docentes. Depoimentos exaltam o papel da Companhia como espaço de educação não formal – para “construção e afirmação de pertencimentos identitários de sujeitos negros e indígenas”.

Para o autor, que foi orientado pelo professor-doutor Rafael Siqueira de Guimarães, a vivência no coletivo teatral traduz nos alunos o anseio de ocupar espaços sociais historicamente negados. Além disso, está patente o “reconhecimento da comunidade ao que é apresentado e representado”.

Professor Josivaldo Felix, agora mestre pela UFSB

Enriquecimento pedagógico

Entre as conclusões do estudo, a relevância da Companhia para afirmação de identidades entre os atores, espectadores e comunidade em cena. Pontua, ainda, sobre o uso do teatro como recurso de múltiplos aprendizados, inclusive para enriquecer o fazer pedagógico.

“Por meio das ações do teatro, adentra-se no mundo dos jovens, agrega e ensina questões como o respeito, a valorização dos patrimônios culturais (imaterial e material), valores regionais, respeito aos mais velhos, respeito ao lugar de fala e suas origens, transformando e reconstruindo o jovem, ressignificando a sua luta”, argumenta o autor.

Dada a temática que conduz a pesquisa aqui referida, cabe reiterar a citação de Martin Luther King, disposta no início da dissertação: “Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos”.

Ficha técnica

O documentário, disponível no link <https://www.youtube.com/watch?v=AknvCnxX5mg>,  traz a seguinte equipe envolvida: Produção audiovisual – Aldeia Norte; Direção – Mateus Albuquerque e Josivaldo Felix Câmara; Cinegrafistas – Gabriel Albuquerque, Vitor Café e Mateus Albuquerque; Drone – Ramon Macedo; Edição e finalização – Mateus Albuquerque; Roteiro – Josivaldo Felix Câmara, Rafael Guimarães e Mateus Albuquerque; Orientação – Rafael Guimarães; Música – “África” – Manzuá.