É sempre possível!


Mariana Benedito: "É muito difícil conviver com alguém que parece que vive à ponta da navalha o tempo inteiro"


 

E damos início a mais um ano, meu amado leitor! Esta coluna está caminhando para o quarto ano de existência e eu não posso deixar de começar o artigo desta semana agradecendo por todo esse tempo que estamos juntos por aqui. Quantas experiências, vivências, reflexões, mudanças foram realizadas ao longo desse tempo, não é mesmo? E é com muito carinho e gratidão que começamos mais um ano de trocas e novos aprendizados. Que seja um ano lindo pra nós!

E, repare, todo início de ano traz aquela energia de mudança, de novas possibilidades, de novas oportunidades, né não? Mas, muitas vezes, paralelo a isso, a gente pode não saber por onde começar ou até mesmo não acreditar que seja capaz de realizar essas mudanças. É aquela velha história: um novo ano começa, mas eu percebo que os velhos defeitos, hábitos e comportamentos continuam aqui. Até porque a virada de ano não é puro e simples passe de mágica. E agora?

Primeiro de tudo – e o mais importante – é reconhecer que a gente deve melhorar. É muito difícil conviver com alguém que parece que vive à ponta da navalha o tempo inteiro, que explode com a maior facilidade, que tudo vira um problema, uma briga, um mal-estar. E não adianta a gente querer mudar esta pessoa. É dar murro em ponta de faca e sair com a mão toda estropiada. E essa pessoa pode ser você, meu amado ser que lê estas linhas aí do outro lado. Já parou para pensar? E aí, meu caro, a única pessoa capaz de realizar mudanças em você é você mesmo. O primeiro passo é querer mudar, é descer do Olimpo e se reconhecer humano, falho e passível de mudanças.

Mas vamos à coisa prática. Vou propor aqui um exercício para você realizar. Refletir e depois colocar em ação. Você consegue perceber em você o que é incômodo, o que dificulta a sua convivência com as pessoas? Lembre, neste momento, a importância da humildade, hein? Você não é dono da razão, ser celestial que as trombetas angelicais tocam cada vez que o som da sua voz é ecoado. Portanto, é necessário baixar a crista e fazer uma autoanálise real e verdadeira, ser honesto com você mesmo.

Será que você é rude com as pessoas quando elas não atendem os seus desejos e vontades? Ou tem dificuldades em reconhecer qualidades e feitos das outras pessoas, fazer elogios? Ou será que tem dificuldade em pedir desculpas e se reconhecer falho? Ou ainda será que ninguém pode apontar um erro seu, que você vira bicho? Ou tem manias totalmente descabidas que nem você mesmo lembra a razão delas existirem? Ou você é adepto do “sincericídio”, acha que precisa apontar as falhas do mundo e das pessoas, doa a quem doer?

Pare, respire.

Eu sei que não é fácil se perceber imperfeito. Eu sei. Mas é um passo necessário para o caminhar nesta jornada. Para melhorar, para evoluir e ser uma pessoa melhor para si mesmo e para o mundo. Agora, após reconhecer os seus defeitos, qual ação concreta e efetiva você pode tomar a partir de hoje para vencer esse defeito, comportamento, hábito, perfil?

O que você pode – e vai – fazer a partir de hoje?

É sempre possível mudar. Não acredite nisso de já ter tal idade, passei a vida assim, nasci assim e não vou mudar mais, quem quiser que me aceite. Não é assim que a banda toca, não é assim que se vive em família, em sociedade e em comunidade. Você faz parte de um todo e ninguém é obrigado a engolir você e seu jeito rude e ranzinza goela abaixo, não é mesmo? Até porque eu tenho certeza que você, em contrapartida, não é assim tão tolerante com a ranzinzice dos outros. Olha aí, peguei você no pulo!

Pois acredite. É sempre possível!

 

– Psicanalista, terapeuta e especialista em Marketing

Instagram: @maribenedito