Todos nós sabemos que nossa vida é finita e, mais dia menos dia, chegará a data fatal para, como disse certa vez Joao Paulo II, prestar contas a Deus. Evidentemente, cada um tem as suas crenças, cultua a sua religião, os seus santos e santas, ou não tem religião nenhuma e nem por isso vive mal, embora, no íntimo, paire sempre alguma dúvida. Quase todos, ou todos, temem o desconhecido e a morte não deixa de causar medo e é por sua existência, acredito, que existem tantas crenças e religiões; a maioria tenta explicar o mistério da morte, tentando convencer os seus fiéis para não se preocuparem tanto; algumas, com muita convicção, falam numa vida post-mortem que seria bem melhor que o “vale de lágrimas” que enfrentamos na vida terrena.
Há exatamente dois anos, nas páginas deste jornal, lamentava a perda da minha sempre querida Zina, que nos deixou no dia 12 de novembro de 2020 quando, pela capacidade de trabalho, pelas amizades que sabia cultivar e, sobretudo por uma imensa alegria de viver, circulava no meio dos pequenininhos procurando cuidar da saúde dos mesmos. Esposa exemplar, mãe e avó supercarinhosa, moldou a sua vida na vida de sua família e, na sua área de formação profissional, a pediatria, agia com firmeza, conhecimento e muito carinho. Ainda chorando a sua partida, mesmo passados dois anos, dizemos com Schopenhauer que “A dor profunda pela morte de cada alma amiga tem origem no sentimento de que existe algo inexprimível em cada indivíduo que se vê absoluto e irremediavelmente perdido”. Mario Quintana, filosofando sobre a morte, dizia que “o tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo” e Winston Churchill aconselhava que “O trabalho é o grande remédio de todas as doenças e infelicidades que assolam a humanidade”.
Todos perdem seus entes queridos e desabafam nas lágrimas a dor contida no íntimo do seu ser; segundo Spinoza, “a felicidade é a compreensão lógica do mundo e da vida” e Sêneca dizia que “o tempo cura o que a razão não consegue curar”. Fernando Pessoa e Victor Hugo tentaram consolar os que sofrem, o primeiro dizendo que “o próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos” e, o segundo, ensinando que “morrer não é morrer, mas apenas mudar-se”.
No meio de tantas frases e pensamentos procurando um lenitivo para a perda de um ente querido, encerro dizendo com o Padre Fabio de Melo que “a saudade eterniza a presença de quem se foi. Com o tempo esta dor se aquieta, se transforma em silêncio que espera, pelos braços da vida, um dia reencontrar.
Para a querida e eterna Zina as saudades do esposo, filhos netos, familiares e amigos.