Enfim, terminamos o período eleitoral e agora resta aguardar a posse dos eleitos para verificar se fizemos boas escolhas. Muitas vezes, os candidatos se apresentam com uma roupagem bem diferente da que vão ostentar quando do exercício do poder e é essa a maior dúvida que aflige o eleitor que deve procurar eleger o melhor como seu representante no cenário político.
O processo eleitoral evoluiu muito, indo da “eleição a bico de pena”, durante a chamada “República Velha”, que perdurou até 1930 para, daí em diante passar por grandes e importantes transformações, como a cédula única até o atual voto eletrônico. Discute-se, com alguma razão, a lisura dessa votação eletrônica, não que a máquina ofereça falhas e desvios, mas pelas possibilidades, segundo alguns críticos, de serem manipuladas, o que nos parece real, mormente usando a decantada criatividade do povo brasileiro.
Após a apuração, surge o momento de muitos risos e alguns prantos e tristeza; os que foram eleitos estão “sorrindo para as paredes”; os que perderam navegam num mar de lamentações, buscando alguns culpados pela sua derrota; não se deve acreditar muito no “tapinha nas costas” e nas promessas do eleitor.
Sem ser nenhum cientista, nem político nem social, mas um atento observador da cena política no nosso Brasil e no mundo, tenho algumas ressalvas a fazer, salvo melhor juízo; não concordo com a reeleição, a não ser para cargos legislativos e, assim mesmo, com um limite, evitando que alguns parlamentares, praticamente, passem a vida toda ou no congresso, ou nas assembleias legislativas e câmaras de vereadores. Também não encontro razão para o cargo de vice, bem como não vejo necessidade de segundo turno. Mas, tudo isso é assunto para uma discussão mais ampla e é no Congresso que poderá ser dado o passo inicial para tal discussão.
A eleição faz parte da democracia e esta, como bem disse Winston Churchill, “é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela”; esse mesmo Churchill, em mais uma de suas “tiradas” que fizeram muito sucesso, também advertiu aos vencedores para que, “na vitória, sejam magnânimos”, pois a vida dá muitas voltas.
E assim, de eleição em eleição, de acerto e desacerto, vamos construindo e aprimorando a paz, essa paz que, no ensinamento do nosso Papa Francisco”, construir a paz é difícil, mas viver sem ela é um tormento”; é só verificar o saldo das guerras.