Parece-me ainda ver e ouvir, pela televisão, aquela sessão histórica do Congresso Nacional, em outubro de 1988,quando da promulgação da nova constituição brasileira e o grande parlamentar Ulysses Guimarães, empunhando um exemplar da nova carta encerrava o seu brilhante discurso dizendo: “Muda Brasil”.
Estava o país com uma nova constituição, também apelidada pelo mesmo Ulysses Guimarães de “constituição cidadã”, com acertos e falhas, como tudo feito pelo homem mas, recheada de direitos, como nunca ocorrera antes e que, para alguns, foram, até certo ponto, exagerados. A verdade é que a nossa constituição é uma das mais avançadas no mundo, mas a vida política não se restringe, apenas, a uma constituição. Logo nas primeiras eleições diretas para a presidência da república, apareceu um “salvador da pátria”, ludibriando, com a sua juventude e as suas promessas vãs, a maioria do eleitorado; numa eleição que tinha candidatos da estirpe do próprio Ulysses Guimaraes, de um Mario Covas, de um Leonel Brizola, o povo brasileiro colocou o “caçador de marajás” no ápice do poder e, o resultado, todos conhecem; mas, como o povo brasileiro tem memória curta, esse mesmo cidadão hoje desfruta, pela segunda vez, de um mandato de Senador por Alagoas.
Estamos agora, aguardando a posse de um novo mandatário,com o povo brasileiro despejando, uma vez mais, todas as esperanças nesse oficial da reserva do valoroso exército brasileiro. Pelo que tenho visto e ouvido, o recém-eleito parece ter os pés bem firmes no chão e não tem acenado com as promessas tão comuns em candidatos irresponsáveis, que prometem realizações que sabem que não irão cumpri-las.O articulista J.R. Guzzo, no último número da revista VEJA reproduz um diálogo que teria havido entre o presidente eleito e a também recém-eleita deputada estadual por S.Paulo,Janaína Paschoal, quando o novo presidente disse que “o importante não é o que vamos fazer mas o que vamos desfazer”; seria interessante que todos os brasileiros lessem o arrigo do Guzzo para a tomar conhecimento das barbaridades cometidas pelos governos do PT e os males feitos ao país.
O IBGE mostrou o resultado da mais nova pesquisa do povo brasileiro, mostrando alguns dados já conhecidos e outros que sofreram alguma alteração. Os pobres atingiram 54,8 milhões de brasileiros em 2017 e, no mesmo período, 2 milhões engrossaram o número de desempregados encontrando-se em 12,5 % da população.
O Banco Mundial calcula em 1,90 dólar por dia, cerca de 140,00 por mês,o ganho de quem está rotulado como vivendo em extrema pobreza e, aproximadamente 15 milhões, estão situados nessa condição de vida.
Como mudar esse quadro degradante, justamente em um país tão rico, grande, belo e sem aqueles acidentes naturais terríveis que vemos em outras partes do mundo? A tarefa é difícil para qualquer governo sério cujos membros não tenham, como primeira preocupação e modo de agir, assaltar o erário público, como vimos a partir de 2005.
Vamos aguardar os acontecimentos e repetir aquelas duas palavras do Ulysses Guimarães: “muda Brasil”.
