Eu não sei se você já reparou, meu amado leitor, mas é muito mais fácil ficar remoendo o passado, reclamando e exigindo dos outros posturas diferentes do que trazer pra si a responsabilidade da mudança e agir no presente e, consequentemente, ter frutos no futuro. É como eu sempre digo: não dá para querer colher morango e continuar plantando banana, reclamando que o solo não é fértil, que a terra não dá o que deveria, que as circunstâncias não são boas enquanto você não ara a terra e planta as sementes certas. Reclamar não adianta absolutamente nada, você só se torna uma pessoa repetitiva e chata.
E todo mundo erra, todo mundo tem defeitos, todo mundo tem medos, limitações, bloqueios, crenças. Nós somos seres humanos e a principal característica de um ser humano é ser falho, cometer erros; mas a questão aqui não é se apegar e amarrar uma âncora nisso. Tomar de canudinho a Síndrome de Gabriela: nasci assim, cresci assim e vou morrer assim; os outros que se adequem. Isso é a máxima da imaturidade emocional!
As pessoas não têm que aguentar seu gênio, sua personalidade forte, sua reclamação, seu controle, a sua cobrança por querer tudo do seu jeito e somente o seu jeito é o correto. Convenhamos que assumir essa postura é dançar passos largos com a arrogância. Maturidade emocional é desenvolver a capacidade de voltar pro eixo, retomar o caminho e assumir a sua parcela de responsabilidade na mudança que você tanto exige dos outros.
O externo é reflexo do interno. Se as coisas não estão tão organizadas do lado de fora, o que está se passando do lado de dentro? Como você pode exigir das outras pessoas aquilo que você não é ou não tem? Você é melhor do que quem na fila do pão? Você é uma pessoa comum, meu amado ser de luz, como todas as outras pessoas nesse mundão de meu Deus! Não há nada de especial com você que precise ter um tratamento diferenciado na galáxia.
Esse pedestal é um lugar custoso de ficar, desça dele.
Mas, repare bem, nesse processo tem um passo importante a ser dado: se perdoar, deixar de culpar os outros pelos seus infortúnios e assumir a responsabilidade pelas suas escolhas. Você é adulto, de maior, vacinado e vermifugado. Faça o que precisa fazer para ter a vida que deseja ter. Vai ficar esperando cair do céu até quando? É a sua vida que está passando, meu caríssimo leitor!
Percebeu que tem que se perdoar logo na frente do que falei no parágrafo anterior? Você não tinha a percepção que tem hoje, a clareza que tem hoje; a ignorância é uma dádiva porque não tem mais como seguir nessa vida desvendo as realidades que a gente já viu. Não tem como você fingir que não leu as linhas desse artigo e seguir pela vida como se nada tivesse mexido aí dentro de você. Bem-vindo à vida real e à consciência!
O que aconteceu, já aconteceu, libera isso aí! Não tem como voltar, apagar e reescrever o que já foi escrito. Não dá para mudar a ordem das coisas, ajustar a pontuação, substituir um verbo por outro ou acrescentar um novo adjetivo. É preciso parar de brigar com a vida, aceitar o que foi e lidar com a realidade. Só na realidade a gente se movimenta.
É preciso sair da posição de vítima, abrir mão e deixar ir esse ciclo de dor que aperta e que já não cabe mais. Existe uma vida pela frente! Já existe tanto amor aqui, você só precisa abrir os olhos, levantar o olhar e enxergar ao redor. É preciso deixar o passado no passado, colher os aprendizados, abandonar as crenças que limitam, paralisam e impedem que você viva a vida que merece ter.
É isso mesmo! A vida que você merece.
É preciso coragem para assumir nossas falhas, olhar para nossas sombras e decidir acender a luz da consciência, integrando todas as partes que nos compõem para desenvolver o nosso senso de merecimento, nosso compromisso com a vida e embarcar em caminhos novos que nos levem rumo à nossa melhor versão.
O trem já está passando.
Não perde essa viagem, não.