O embate entre Alexandre de Moraes e Elon Musk


Como podemos fazer uma analogia com a política local?


Por Igor Lucas*

Na última sexta-feira (30/08), a rede social X (antigo Twitter) foi suspensa pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, devido a uma série de descumprimentos judiciais da plataforma do empresário Elon Musk. No momento, esse é o assunto mais falado do planeta, mas o que pouco se fala é como podemos fazer uma relação desse embate com a nossa política local.

Em 2022, Elon Musk anunciou a aquisição da rede social Twitter por 44 bilhões de dólares. Naquele momento houve uma grande incógnita do que aconteceria, mas com pouco tempo o empresário começou a expor publicamente, na própria rede social, qual era a sua visão sobre qual rumo seu novo negócio iria tomar, o que ele achava que precisava ser melhorado e o que ele iria descartar. Enquanto uns olhavam apenas para o lado da usabilidade da plataforma, o principal motivo pelo qual ele adquiriu o Twitter (que passaria a ser chamado de X) começou a ser exposto: poder.

Através da plataforma, Musk ganhou a possibilidade de ter maior influência na opinião pública e na política, não apenas dos Estados Unidos, como no mundo todo. Ao se utilizar do slogan “poder ao povo” e trazer de volta perfis que haviam sido suspensos por ordens governamentais, ele ganha uma legião de fãs que o enxergam como um líder libertário, e um grande trunfo político para candidatos e líderes globais.

Dentre uma dessas atitudes, o bilionário que agora está em evidência entrou em rota de colisão com o Ministro Alexandre de Moraes, que havia suspendido perfis que atacaram o STF.

Musk, como já havia feito em outros países, descumpriu ordens demandadas pela legislação brasileira, e assim acabou ocorrendo a suspensão do aplicativo por parte de Moraes. 

O propósito desse texto não é decidir quem está certo nessa história, mas sim demonstrar que estamos vivendo um momento no qual teremos uma resposta sobre quem sairá vencedor: o estado ou o dinheiro?

É uma batalha de poder, que em cada lugar tem um vencedor, e assim chegamos aonde eu gostaria: a política local. Quando olhamos os possíveis candidatos políticos, sabemos que por trás deles, na maioria das vezes, existem investidores, ou às vezes eles mesmos são ricos em busca de mais poder.

Claro, existem ricos que se propõem a esse cargo apenas pensando no bem e na melhoria do local onde vivem. Mas sabemos que também existe uma grande parte que só está em busca dos próprios interesses.

Nesse momento, infelizmente as pessoas na hora de eleger o seu candidato, não olham para quê tipo de pessoa está ali, independente se rico ou pobre, e sim para o quê ele vai ganhar com aquilo.

Quando deixamos alguém mal-intencionado com dinheiro dominar nosso estado ou cidade, seja como candidato, seja como investidor ou nos bastidores, muitas vezes acabamos presos apenas aos interesses dele; a pessoa irá apoiar quando convém e se indignar quando for benéfico apenas para ela.

No final, terá sido apenas utilizada como objeto que aumentou o poder de alguém que já tinha e só estava em busca de mais. Por outro lado, quando deixamos apenas tudo na mão do estado e não temos grandes parcerias ou alguém com “um poder e voz maior”, muitas vezes acabamos isolados ou deixando de ter algo que seria útil para a população e o bem comum de todos.

Assim como por ora “perdemos” uma rede social que gerava interação, relacionamentos e empregos, uma cidade local poderia perder grandes projetos por um embate entre governo e empresários.

A conclusão a que se chega é que quando existe um conflito entre dois poderes diferentes (Estado e dinheiro), todos nós saímos perdendo. Por isso não apoie cegamente um candidato apenas pelo poder financeiro por trás dele ou o que ele pode te proporcionar.

É necessário que a gente dê poder para quem irá honrar o compromisso com a nossa legislação e com o interesse da população em geral, independente da sua classe financeira.

Torçamos para que aqueles com o poder acima do nosso tenham diálogo para chegar na melhor solução para o bem de todos, e que não haja alguém se sobrepondo à lei e ao caráter.

A população pode discordar em ideologias, mas deve concordar em respeitar a Constituição e que só iremos para a frente com líderes e resoluções que busquem o bem de todos.

 

*Igor Lucas tem 26 anos, é Comunicólogo formado na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), amante de futebol, tecnologia e cultura geek.





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