“O que cala a sua voz?” discute violência contra mulher e homofobia


Performances, na principal avenida de Itabuna, misturam crítica e reflexão


Uma das performances aborda a forma como a mulher é tratada na contemporaneidade

Olhares atentos no palco e na plateia, para entoar um só grito no tom da reflexão. Neste sábado (30), às 19 horas, vem aí mais uma provocação da “Guilda Cacilda Composições Artísticas”, com três performances. Em cena, os atores Camila Nobre, Cláudio Oliveira e Hans Muller, trazendo um tripé bastante contemporâneo:  homofobia, feminicídio e existencialismo.

O espetáculo ocorrerá no Espaço Colaborativo de Arte (ECOAR), na avenida do Cinquentenário, n° 344, 1°andar. Os ingressos estão à venda por R$ 10,00 (até esta sexta-feira). Mais informações pelo telefone 98810-2561

DJ Black Júnior abre e fecha a noite, com gosto de “tuntz-tuntz”

A abertura e o fechamento da noite artística ficam com o “tuntz-tuntz” do DJ Black Júnior. Ele abre “alas” para a performance “SOCIOETASTOMIA”, mostrando o quanto somos mutilados pela sociedade da qual fazemos parte.

“Desde crianças, somos ‘tomizados’ para sermos moldados aos padrões sociais. Sociedade esta que traz uma grande carga eurocêntrica patriarcal, transvertida de bons costumes e um tradicionalismo de fachada”, provocam os atores envolvidos.

Já a performance chamada MULHER, na sequência, retrata “a forma objetificada, sexualizada, silenciada e descartada como a mulher muitas vezes ainda é vista na sociedade”. O olhar nasce com ponderações da artista Camilla Nobre Santana, respaldada por dados da violência contra a figura feminina.

No labirinto

A próxima encenação, DIÁRIO DE UM SER HUMANO MODERNO, viaja sobre os caminhos do mundo. “Um ser humano buscando autoconhecimento e descobrir qual sua missão no mundo vive experimentando vários caminhos no labirinto existencial. O seu guia, em especial, é a força do coração e sua intuição”.

O personagem ama elementos aparentemente banais sob o olhar da sociedade, na trajetória apressada em que somos instados a trilhar. Assim, ele contempla “gotas de chuva, os pios dos passarinhos, o florescer da manhã, as borboletas em suas levezas, o cheiro da mata preservada, as águas em suas correrias e calmarias, os reencantos e novidades do universo e tudo aquilo que colabora nessa travessia”. E fomenta uma indagação, válida para todos nós: “Qual será o propósito do seu ser?”

Espetáculo também debate o preconceito nosso de cada dia

Sobre o coletivo

Guilda Cacilda Composições Artísticas nasceu com o propósito de estabelecer uma prática contínua, na e com Itabuna e região. A missão definida pelo grupo é “promover condições de trabalho e expressões a artistas e agentes culturais de comunidade como elemento central para o fomento à arte, cultura, criatividade, desenvolvimento humano, ético e social”.

Para tanto, acolhe a diversidade de trabalhadores de cultura e arte em convívio criativo, democrático e cooperativo para o “crescimento profissional em soluções nos campos educacionais, institucionais, promoção de saúde e de espetáculos”.