Onde está a sua vida?


“Nossa principal missão nessa vida é silenciar as vozes que gritam crenças de incapacidade, de medo, de acusação, de competição"


 

Eu sou Psicoterapeuta há quase sete anos, meu amado leitor, e a percepção que eu mais tenho ao longo desse tempo é de que a gente vive muito na cabeça. A gente pensa o tempo todo sobre tudo, racionaliza, tenta entender, tenta controlar, tenta fazer com que as coisas aconteçam do nosso jeito e no nosso tempo.

Buscar entender os porquês de tudo o tempo todo, adivinhar o que se passa na cabeça das outras pessoas, julgar o que as outras pessoas devem ou não fazer, querer ditar como as coisas devem ou não acontecer. Colocar tudo sob a nossa régua, medir o mundo e as pessoas a partir da nossa percepção e vivência.

Eu faria isso, se fosse comigo não seria assim, se acontecesse comigo eu não agiria assim. Ei! Não é assim que funciona, meu amado ser de luz! A sua experiência, vivência, visão estão fundamentalmente embasadas nas suas experiências, vivências e visões. As lentes pelas quais você enxerga são calibradas de acordo ao que você viveu. Não dá para querer colocar todo mundo no mesmo balaio, calçando o mesmo sapato.

E, obviamente, não estamos falando aqui de valores éticos, morais, de conduta. Lógico que o certo é o certo, mesmo que ninguém faça e o errado continua sendo errado, mesmo que todo mundo faça. Isso é inquestionável! Estamos falando aqui de querer controlar o que não é possível ser controlável.

E, sendo bem sincera, cada vez mais eu acredito que a nossa principal missão nessa vida é silenciar as vozes em nossa cabeça que gritam crenças de incapacidade, de medo, de paralisia, de não merecimento, de julgamento, de acusação, de crítica, de disputa, de competição. A gente se perde demais nos pensamentos de escassez, no que falta e não se dá conta de observar a abundância que já existe aqui, que já é real!

A gente esquece de ser grato pelo caminho que já foi percorrido, pelos obstáculos que já foram vencidos, pela vida que nos é dada todos os dias, a cada amanhecer. A gente esquece de viver o aqui e o agora, de fazer no ordinário o que é verdadeiramente extraordinário. De cuidar do nosso, de olhar para o nosso umbigo e aprimorar o que precisa ser aprimorado. Esse é o único controle que a gente tem: fazer o que precisa ser feito.

Pare aí agora por um segundo. Olhe ao seu redor, observe tudo que está ao seu redor. Observe a sua vida com olhos de gratidão e abundância em todas as suas formas: família, amigos, saúde, proteção, suporte, força, amor, bom humor.

Será que realmente é preciso se perder tanto nas curvas das vidas alheias, na necessidade de ditar e julgar o que as pessoas devem ou não fazer, na crítica voraz com ares de construtiva acerca da vida das outras pessoas? Como está a sua vida? Como estão seus planos, metas, projetos? Qual o sentido da sua vida? Pelo quê você acorda e levanta todos os dias? Qual é o legado que está deixando nesse mundão de meu Deus?

Será que não está na hora de sair um pouco da cabeça algoz e ir para o corpo, para as emoções e sensações de uma vida humana? Da sua vida?

Fica aí o convite.