PROPÓSITO  DE  PONTES


Há a necessidade  de um  olhar mais sério para  as  pontes, que fazem parte  da beleza da cidade


Quando  dou  minhas “caminhadas” às margens do nosso  Cachoeira, costumo observar o  estado do nosso principal  rio e, também , como se  encontram  as  nossas pontes, o seu nível de  conservação, enfim, como o poder público e, principalmente, a  população  vêm  tratando as  nossas  pontes. Já abordei  esse  assunto algumas  vezes nas páginas desse jornal e nunca é demais  lembrar  aos  detentores do  poder da necessidade  de um  olhar mais sério para  as  pontes, que fazem parte  da beleza de  uma cidade. As pessoas que costumam passear em outros países, certamente  têm  observado  o cuidado que a população tem em relação aos  rios  e às  pontes que se  transformam em locais  de lazer, locais  de  compras e de lanches, sendo bem  frequentados  aos  domingos e  feriados, principalmente  pela  garotada.

             Mas, retornando ao início da conversa, quando falava do passeio dominical pelas margens do Cachoeira, no último domingo estava  verificando o estado atual da ponte  Goes  Calmon  e tomei a decisão de  tentar falar com o nosso prefeito  sobre  aquela  ponte quando, numa dessas coincidências da vida, alguns minutos após dou de frente com o Prefeito e  amigos, vindo em sentido contrário  e, após, os  abraços  e as efusões de alegria pelo encontro inesperado, fiz um breve relato da história  da ponte Goes  Calmon e ele, prontamente, disse que tomaria providências. Como é uma pessoa humilde, que não se deixou contaminar pela  “mosca “da vaidade, tratando a todos  com educação e alegria, saí daquele encontro inusitado com a esperança  de ver recuperada a  ponte Goes Calmon, a  primeira  ponte de Itabuna, inaugurada no dia 01  de março de  1928 pelo então governador  Francisco Marques de Goes Calmon, fazendo a ligação da cidade com o outro lado do rio, dando condições de tráfego à  então nascente   vila de MACUCO,  hoje  Buerarema, e fazendo florescer o também  nascente  bairro da  Abissínia que, depois, se tornaria no importante bairro da  Conceição. Por alguns anos, a ponte foi a ´única  ligação entre as duas partes  da cidade, permitindo a passagem de veículos, até mesmo nos dois sentidos. Trata-se de uma construção bem feita\, já aguentou o “baque” de  algumas   enchentes; tinha “balanços” nas partes laterais, para os pedestres se protegerem dos veículos e era ponto  de encontros, de bate-papo e, até há alguns anos, um sanfoneiro e a mulher, que tocava pandeiro aí se abrigavam para  tocar seus instrumentos e pedir alguma “colaboração”. No momento, a ponte precisa de   reparos e, por  ser a primeira  de Itabuna e depois de tantos anos de serviços prestados, acredito que deveria receber uma remodelação a capricho e  um  tratamento especializado.
           A cidade  foi  crescendo, as demandas aumentando e, em 1947, foi   inaugurada a  segunda ponte, a ponte Lacerda; depois vieram a da Br-101; depois a Calixto Midlej e, mais recentemente a passarela.
           A ponte  Goes  Calmon  está  pedindo “socorro e acredito que  tenha “remédio”; sem ser técnico de trânsito mas, apenas, um observador  do que ocorre em nossa  cidade, voltaria a abri-la para o transito de carro de passeio, e pedestres, no sentido único do bairro da  Conceição para o centro da cidade. Assim, a nossa velha  ponte voltaria a ostentar a ” “majestade de outrora.
             Fica aí a sugestão e a esperança de ver a ponte   servindo muito os  itabunenses.
       João Otavio Macedo.