Estamos chegando ao final do ano. Um ano inesperado, surpreendente, louco e que passou voando. Quantas coisas aconteceram, não é mesmo, meu amado leitor? Quantos aprendizados? Quanta força e coragem descobrimos que a gente possui? Quanto poder de resiliência, de paciência, de entender que não temos o controle sobre tudo nós adquirimos?
Esse ano nos trouxe movimentos intensos. Nos colocou diante das nossas próprias sombras, dos nossos medos, das nossas incertezas. Nos colocou cara a cara com as nossas fugas e nos fez parar – forçadamente – para olhar as nossas limitações. Certo, mas e agora? Eu te pergunto, meu amado ser de luz, depois de toda essa movimentação, de que maneira vamos agir?
Mudar ou não sair do lugar? Essa coluna hoje está cheia de perguntas, confesso. Mas a ideia dessa prosa de hoje é justamente essa, deixar o leque aberto para as suas respostas, para os seus movimentos, meu caro leitor que me lê aí do outro lado. Após todos os ensinamentos que tivemos ao longo deste ano, vamos assumir a tarefa de cuidar da nossa própria vida? Assumir o risco dos erros e acertos? Pegar a nossa vida pela mão, parar com as acusações externas e fazer o melhor que a gente puder, em cada circunstância? É, fazer.
Fazer, começar, dar o primeiro passo, em direção à construção de uma vida com valores, com dignidade, com trabalho e honra. Uma vida de entrega a quem a gente ama, de serviço e generosidade às pessoas a nossa volta. Uma vida com um legado de alegria, construção e auxílio. Sem mirabolar ações e atitudes extraordinárias, não! Ações pautadas no agora, no presente, na verdade, na doação e no crescimento.
Amadurecer e assumir a postura de único responsável pela nossa própria vida assusta demais. Eu sei, e como sei! Entender que, no fundo, ninguém nos deve nada e que só depende da gente arregaçar as mangas, tomar as rédeas da vida e buscar construir a nossa personalidade é surreal. Mas é o único caminho possível, meu amado ser.
Ir para a vida e pagar o preço de viver de forma mais inteira, sabe? Compreendendo que existem momentos desafiadores e momentos de deleite. Compreendendo que cumprir, a cada dia, as nossas tarefas cotidianas com presença e propósito é o que importa. E o propósito para ser levado adiante, no fundo, precisa ser pautado em amar, servir e ser melhor para alguém.
É o que nos mantém vivos! Cuidar, construir e estar para quem a gente ama é o que nos movimenta, não tem para onde correr.
Após todo esse ano e toda a bagagem que ele nos trouxe, não sair do lugar e seguir rumo a uma transformação interna é andar em círculos e desperdiçar uma linda oportunidade para plantar e colher belos frutos. Plantar, semear, regar, tirar as ervas daninhas e colher. Com paciência e entendendo que tudo precisa de tempo para crescer e amadurecer.
Hoje, meu amado leitor, eu tenho a certeza de que é preciso aceitar o desafio de realizar mudanças que vão nos abrir e conduzir para uma vida mais rica de experiências, trocas e aprendizados. Um dia de cada vez. Um passo de cada vez.
Mas é preciso, também, fazer a escolha e se comprometer com ela. Com você, com os seus.
Fazer. Dar o primeiro passo e seguir.
Só comece.
* Psicanalista em formação; MBA Executivo em Negócios; Pós-Graduada em Administração Mercadológica; Consultora de Projetos da AM3–Consultoria e Assessoria.
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