Os democratas, não os de Barack Obama, mas sim os do prefeito ACM Neto, obviamente do DEM, debocharam da falta de opção da oposição em relação à última sucessão soteropolitana.
Bem pertinho da definição dos candidatos, de quem enfrentaria o imbatível ACM Neto, postulante à reeleição, os prováveis adversários do alcaide ainda titubeavam em enfrentar o favorito.
O governador Rui Costa fez de tudo para levar a eleição ao segundo turno, sendo o responsável direto por candidatos que não queriam disputar o Palácio Thomé de Souza, como, por exemplo, o pastor Isidório (PDT).
ACM Neto foi eleito com quase 74% dos votos válidos, o que equivale a 982.246 votos. A deputada federal Alice Portugal, do PCdoB, outro partido coligado, ficou na segunda colocação com 14.55%, 193.102 votos.
Até que tentaram convencer Jaques Wagner a sair candidato, mas o ex-ministro de Dilma Rousseff saiu de mansinho. Oposicionistas e governistas tinham razão: a reeleição de ACM Neto era favas contadas.
Pois é. Como depois da tempestade vem a bonança, as legendas da base aliada comemoram o desaconselhável e prematuro “já ganhou”. Ou seja, que o segundo mandato do governador Rui Costa é batata.
Que é verdade, é. Se ACM Neto desistir de disputar o governo do Estado na eleição de 2018, não tem mais nenhum nome da oposição com condições de se lançar candidato.
A melhora do governo Rui e sua crescente popularidade, apontadas em recentes pesquisas, funcionam como fatores que desestimulam a legítima pretensão do demista. O ponto fraco da avaliação é a segurança pública.
Outro detalhe, que deixa o demismo muito preocupado, é que uma parte considerável do eleitorado não está dando bolas para o fato de Rui Costa ser filiado ao PT.
Nos bastidores, lá de Brasília, principalmente nas hostes do peemedebismo, que ainda tem a influência do ex-ministro Geddel Vieira Lima, o plano B para enfrentar Rui é o senador Otton Alencar (PSD).
Ora, não à toa que o governador Rui Costa vem tendo todo cuidado para não contrariar Otton, dando prioridade ao PSD nos espaços da administração. O petista-mor baiano sabe que Otton é a tábua de salvação do oposicionismo.
Os democratas vivem o mesmo dilema dos petistas na sucessão da capital. Ficam na dependência total de ACM Neto. A vez agora é dos democratas, ex-PFL, ex-PDS e ex-ARENA. A sua tempestade.
* Marco Wense