Vulnerabilidade.
Palavra que chega faz subir um frio na espinha, não é? Ser vulnerável coloca a gente cara a cara com os sentimentos desconfortáveis, meu caro leitor. Nos coloca para olhar no fundo dos olhos daquilo que a gente, costumeiramente, evita confrontar.
Ser vulnerável é a capacidade emocional de sentir os sentimentos – bem assim redundante mesmo, para a gente entender que é normal – naturais das 7 bilhões de pessoas que habitam este planeta chamado Terra, se permitindo estar presente enquanto sente vergonha, raiva, ansiedade, inadequação, culpa, medo. Ficando consigo mesmo enquanto tudo isso atravessa nosso peito, sem mais fugir. E é por isso que a gente sente esse frio na espinha. A gente passa uma vida inteira com medo de lidar com esses sentimentos desconfortáveis.
E aí, meu amado ser que me lê aí do outro lado, admitir que dentro das relações não existem acidentes de percurso nem existem vítimas – estamos falando aqui de dinâmicas normais de relações, obviamente – nos catapulta para olhar o nosso lado negro da força. A olhar de que maneira estamos nos colocando nas relações, quais são os nossos passos nessa dança.
Assumir a tarefa de cuidar de nós e escolher ter relações mais saudáveis – porque sim, é uma escolha – requer passos a cada dia. Requer dedicação, requer estar aberto para construir junto, requer saber até onde vão os seus conteúdos e quando a coisa pende para projeção do que é seu no outro. E isso em todas as relações!
Fazer a escolha, todos os dias, de ter relações mais saudáveis é entender que não é possível construir nada sólido, duradouro, consistente, massa, real nessa vida sem passar pelos sentimentos desagradáveis. Não adianta correr disso! O caminho para fora é através, não tem jeito.
Viver é um risco e a gente precisa pagar o preço. A gente precisa entender que ninguém vê Deus sem morrer, não é mesmo? É preciso passar pelo enfrentamento das nossas vulnerabilidades, dores e fraquezas para nos tornarmos mais fortes.
Numa esquina a gente lida com algo duro e na próxima, logo adiante, a gente se delicia com a riqueza da vida! Isso é amadurecer. Interna e externamente.
E lembre, meu amado ser de luz: a mesma armadura que protege você contra a dor, te protege das delícias da vida também!
– Psicanalista em formação; MBA Executivo em Negócios; Pós-Graduada em Administração Mercadológica; Consultora de Projetos da AM3–Consultoria e Assessoria.
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