Inegável o crescimento de Itabuna quando se compara com a cidade de cinquenta anos atrás; novos bairros surgiram, o perímetro urbano foi se ampliando, milhares de pessoas engrossaram a população local graças, em parte, ao êxodo rural verificado, principalmente, depois que a “vassoura-de-bruxa’ dizimou grande parte dos cacauais; a frota de veículos só faz crescer, causando um transtorno que ainda não foi resolvido mas, enfim, a nossa Itabuna não difere muito das demais congêneres. A cultura do cacau vai pouco a pouco sendo substituída por outras atividades econômicas, embora ainda tenha um peso importante; a nossa cidade oferece um comércio pujante, sendo um polo importante na áreas de serviços, de educação e de saúde.
É bem verdade que sentimos falta de vários aspectos culturais e, talvez, a nossa juventude seja a mais prejudicada, pela falta de movimentos que tragam motivação aos nossos jovens; não temos teatro; não temos centro de convenções; não temos projetos de iniciação musical com uma maior abrangência apesar do esforço de alguns denodados que lutam, apesar das dificuldades, para colocar o jovem no universo fantástico da música.
Passamos a ser a cidade do “já teve”; tenho presenciado algumas pessoas saírem em direção a Ilhéus, para assistir a um filme; a juventude reclama disso. Já chegamos a ter, nas décadas de 60 e 70, cinco cinemas; o nosso poluído Cachoeira poderia ser utilizado para a prática do remo, pedalinho e outras modalidades aquáticas, caso o poder público saísse à frente e estimulasse os nossos jovens. Antes mesmo da emancipação política, ocorrida em 1910, Itabuna já chegou a ter duas filarmônicas; hoje temos uma que resiste ao tempo graças ao empenho de alguns “teimosos”.
Há 18 anos tivemos a inauguração do Jequitibá Plaza Shopping que, sem dúvida alguma, balançou o movimento na cidade, tanto no aspecto comercial como oferecendo algum tipo de lazer para a juventude; o Shopping presenteou a comunidade com duas salas de cinema que depois foram fechadas para a ampliação do empreendimento. Vejo, com muita alegria, a notícia que o shopping vai ser ampliado, não somente na área comercial e na gastronomia como, principalmente, no que se refere ao lazer; há, inclusive, a promessa de cinema para 800 pessoas, que trará para os amantes da sétima arte a oportunidade de assistir às obras primas produzidas, principalmente, por aquelas empresas sediadas em Hollywood, cujas produções marcaram gerações e mais gerações por este mundo afora.
Só temos pois que aplaudir a inciativa da família Chaves que pensa no presente e no futuro da nossa cidade fazendo, em parte, o que poder público poderia fazer, e nunca fez. Sabemos que os recursos públicos são escassos, mas falta uma ação mais estreita junto ao empresariado no sentido de criar novas alternativas para a cidade; é preciso oferecer à infância e à juventude meios para enriquecimento cultural e artístico mas, para tanto, além dos recursos monetários, é preciso lançar mão das “cabeças pensantes” que vivem aqui e que desejam colocar a nossa cidade num clima parecido com o que já houve no passado.
Parabéns ao grupo Chaves; o povo e, principalmente, os jovens, agradecem.
