ARTIGO DE JOÃO OTÁVIO MACEDO – O MENINO TRAVESSO


"a atenção em relação ao nosso rio também está relacionada com mais um período de seca que se avizinha"


No último domingo, fazendo a salutar caminhada pelos passeios (calçadas) que margeiam o nosso sofrido Cachoeira,fiquei impressionado como o nosso principal rio perdeu considerável volume de água, em pouco tempo já que, dias atrás, ainda ostentava um razoável volume; aquele trecho que vai da barragem até a ponte do Bairro Conceição praticamente só vemos pedras, com algumas poças de água verdejante, atestando a poluição; junto às margens, lixo para todos os gostos e os esgotos despejando sua imundície nas águas que, antigamente, eram límpidas, piscosas e convidativas para um refrescante banho de rio; passou-me pela lembrança alguns passeios que fiz com meu pai e alguns amigos, quando criança, de canoa, partindo das imediações da então ilha do Jegue e indo, rio acima, até o local conhecido como “stand”, lá nas Bananeiras, onde os atiradores do Tiro de Guerra praticavam o exercício de tiro de fuzil.

Aproveitando a oportunidade quero, também, fazer referência ao estado do piso onde muitos praticam o “footing”, com buracos e desníveis o que se torna um perigo principalmente para os mais idosos; os passeios da Ponte do Marabá estão precisando de reparos urgentes; esse trecho no entorno do Cachoeira merece uma maior atenção por parte do poder público vez que é uma das poucas áreas de lazer da cidade, carente de muitas coisas e de maiores cuidados.

Mas, a atenção em relação ao nosso rio também está relacionada com mais um período de seca que se avizinha, segundo o que nos diz o serviço de meteorologia e isso nos coloca em posição de alerta e nos faz lembrar do que ocorreu nos anos 2014/2015, quando tivemos uma das maiores  secas da nossa história, com morte de centenas de animais, prejuízo incalculável na lavoura e sofrimento da população; como a barragem que foi há pouco inaugurada não vai permitir que haja falta de água nas torneiras dos lares grapiúnas, segundo foi anunciado, resta, pelo menos, esse consolo uma vez que não há como ganhar das forças da natureza,

Estamos entrando, mais uma vez, no raio de ação do “El Niño”, esse menino travesso que mexe com o clima em varias partes da terra e que costuma aparecer de tempos em tempos, aquecendo as águas do Pacífico junto ao litoral das Américas e determinando períodos de seca no nordeste brasileiro e enchentes no sul. Esse fenômeno sempre existiu, apenas não havia ainda sido batizado como “El Nino” e não se tinha os conhecimentos, que possuímos hoje, das suas ações; as chuvas desapareceram e o calorão esta deixando a população em polvorosa. Mesmo com a segurança da barragem, é bom economizar água, redobrar os cuidados com as nascentes dos ribeirões, não acabando com a mata ciliar e não poluindo os nossos cursos d`agua.

Menosprezar a “mãe natureza” é procurar problemas para o resto da vida.

João Otavio Macedo.