Nos últimos tempos a gente tem ouvido, visto e lido bastante sobre a importância de sentir. Eu não sei você, queridíssimo leitor, mas eu tenho observado um aumento magnífico e significativo na quantidade de pessoas conversando, debatendo, buscando, se informando sobre a relevância da gente cuidar das emoções, sentimentos, pensamentos, sensações.
Vejo muita gente nas Redes Sociais falando sobre o que sente, sobre seus processos de crescimento e evolução, sobre a inconstância que permeia a nossa vida e, principalmente, influenciando, impulsionando e incentivando outras pessoas a buscarem seus caminhos também. Porque uma coisa eu aprendi, sabe? Quando a gente fala sobre a nossa verdade, nua e crua, a gente toca na alma de outra pessoa e, de certa forma, se junta a ela na transformação e na cura. E é bem uma frase que diz assim: quando uma pessoa se cura, ela está auxiliando na cura de outras pessoas; porque pessoas despertas, despertam pessoas.
Pois bem. Uma das coisas que observo mais sendo falada e conversada e debatida é a importância de a gente saber lidar com as emoções. E isso é Inteligência Emocional, meu caro Watson. A capacidade que a gente desenvolve de reconhecer, entender, avaliar e lidar com os próprios sentimentos. E saber lidar com os nossos sentimentos é, nada mais nada menos, saber o quê fazer com eles quando eles afloram e tiram a gente do prumo e das estribeiras.
Nós temos quatro emoções básicas: alegria, tristeza, medo e raiva. Mas nem sempre estamos conscientes delas, entendemos o porquê de elas virem à tona, sabemos como dar vazão e buscamos delas o aprendizado. E é aí, meu querido, que entra a tal da Inteligência Emocional. Ela nos diz que todas essas emoções são super importantes e necessárias para que a gente sobreviva e elas desempenham um papel fundamental para o nosso pleno desenvolvimento psíquico.
A chave-mestra é, justamente, a gente entender as funções que cada uma das emoções possui. O medo, por exemplo, serve para nos alertar e advertir sobre a existência de um perigo que possa nos machucar ou causar algum tipo de dor e dano. Serve para que a gente pare antes de tomar uma atitude e reflita sobre a real capacidade que tem, naquele instante, de lidar com tal situação e perceber as ameaças. O medo nos protege! Já a alegria é uma emoção de expansão, facilita a criação de vínculos, nos deixa mais abertos, voltados para fora, receptivos, dispostos. Nos abre para que possamos nos relacionar. Enquanto a tristeza faz o movimento contrário: nos retrai, nos deixa quietinhos, reflexivos, introspectivos; nos proporciona e nos chama a atenção para observar alguma situação que nos traz desconforto. A raiva, por sua vez, é um impulso, a energia que nos possibilita resolver, desbloquear, partir para cima, realizar. Por isso que ela não pode ser categorizada como totalmente negativa, a bichinha. A raiva é que dá aquele ímpeto de pegar alguma coisa e findar, realizar; desde que a gente reconheça, entenda e saiba todo esse movimento que ela provoca.
Reparou a importância da auto-observação? A importância de a gente entender as próprias emoções, porque elas sempre querem nos dizer alguma coisa, sempre querem nos dar a direção para a melhor resolução.
Então, deixo o convite e sugiro que você comece a perceber as nuances das suas emoções, amado leitor. Tente perceber como você reage em relação aos outros, diante das situações da vida, ganhe consciência daquilo que sente – seja verdadeiro consigo mesmo a respeito do que está sentindo – e assuma a responsabilidade por aquilo que faz, fala e pela forma que age ou reage.
Estamos todos trilhando essa caminhada! Não se atente tanto ao destino, não. Aproveite a viagem e viva da maneira mais presente possível.
* Psicanalista em formação; MBA Executivo em Negócios; Pós-Graduada em Administração Mercadológica; Consultora de Projetos da AM3–Consultoria e Assessoria.
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