Marco Wense comenta: o sumiço de Augusto Castro


Isolamento do deputado, segundo o articulista, está gerando especulações


O tucano Augusto Castro, obviamente do PSDB, depois do processo eleitoral de 2018, ainda não deu o ar da graça. Desapareceu do cenário político.

É natural que a derrota, principalmente em uma reeleição dada como favas contadas, provoque um baixo astral e, como consequência, o isolamento, uma pausa para uma imprescindível reflexão.

Castro, ex-candidato a prefeito de Itabuna, foi, por duas vezes, um bom deputado estadual. Exerceu o mandato com muita vontade política. Era um parlamentar atuante, gostava da política e de ser político. O primeiro passo para ter sucesso em qualquer atividade, é sentir prazer no que faz.

A não recondução para um segundo mandato na Assembleia Legislativa significou uma grande perda para o sul da Bahia, mais especificamente para Itabuna, seu domicílio eleitoral.

Augusto é um político inquieto, às vezes até “cara de pau” quando adentrava os gabinetes dos ministros atrás de verbas para a Bahia. Insistentemente cobrava emendas dos deputados federais do PSDB para Itabuna.

O sumiço de Augusto Castro termina provocando vários comentários sobre seu futuro político. Alguns embutidos de maldades, com a nítida intenção de prejudicá-lo. O disse-me-disse corre solto e no dia a dia.

Portanto, já passou da hora de Augusto aparecer e falar sobre seu posicionamento em relação ao governo Rui Costa e a sucessão do prefeito Fernando Gomes, já em pleno vapor e com temperatura altíssima.

O isolamento de AC está gerando uma série de especulações. Uma delas é que o ex-prefeiturável estaria deixando o PSDB, que seu próximo abrigo partidário seria o PSD do senador Otto Alencar, presidente estadual da legenda e aliado do chefe do Palácio de Ondina.

Otto é postulante a disputar o governo do Estado na eleição de 2022. A incerteza fica por conta do PT, se a legenda vai apoiar sua legítima pretensão. As apostas, em uma proporção de cinco para um, apontam que não. Ou seja, o PT vai ter candidatura própria.

Aliás, o senador Otto, que já foi governador da Bahia – 5 de abril de 2002 até 31 de dezembro do mesmo ano – e carlista de carteirinha, vem sendo advertido para não confiar cegamente no petismo, que procure se articular independente do Partido dos Trabalhadores, sob pena de ficar a ver navios.

Não sei como anda o relacionamento político entre Augusto e o prefeito ACM Neto, hoje presidente nacional do DEM. A filiação do ex-deputado a uma legenda da base governista, pode ser interpretada como um forte sinal de que existe um arranhão com o alcaide soteropolitano.

Vale lembrar que o gestor de Salvador, em detrimento de Fernando Gomes, então prefeiturável, apoiou Augusto Castro na sucessão de Claudevane Leite, provocando assim a saída de FG do Partido do Democratas.

O que se comenta nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, é que a articulação política do governo Rui Costa vai fazer de tudo para afastar um possível apoio de Castro a Mangabeira (PDT) na sucessão do centro administrativo Firmino Alves.

Portanto, se faz necessário que Augusto Castro apareça e conceda uma entrevista esclarecendo todos os pontos que o colocam como figura principal, deixando seu vasto eleitorado satisfeito, sem nenhuma pulga atrás da orelha.

A sucessão de Fernando Gomes, hoje integrante do MSP (Movimento dos Sem Partido), já começou, não só nas ruas como nas redes sociais, principalmente nos grupos de WhatsApp.