Artigo de João Otávio Macedo – PLURALIDADE TURÍSTICA


“Há uma pluralidade de atrações turísticas no nosso país, face às diferenças regionais”


 

Não sei se haverá neste nosso mundo um país com tantas diversidades como o nosso rico, belo e difamado Brasil; como não conheço o mundo todo, fica difícil fazer uma comparação, contudo pelo pouco que já vi em viagens por outras terras, não acredito haver nada que supere as nossas potencialidades, seja em terras contínuas, seja em riquezas, seja em belezas, seja, enfim, em tudo aquilo que os diferentes povos almejam para os seus países. Acredito que somente com o turismo, caso fosse levado mesmo a sério, poderíamos arrecadar imensos recursos que bem poderiam ser aproveitados no desenvolvimento do país. É bem verdade que a situação já melhorou bastante, quando se compara com décadas atrás, mas poderíamos aumentar muito o número de visitantes.

Essa questão do turismo vem a tona quando os meios de comunicação estão discutindo o desejo do governo federal de transformar a reserva ecológica dos Tamoios, naquela região belíssima da costa sul fluminense, em um pólo turístico, que teria semelhanças com o badalado balneário de Cancún, no México, que costuma atrair milhares de turistas de todas as partes do mundo. Vozes opositoras já se manifestaram contra e eu também seria contra, caso não tivéssemos tantas outras reservas espalhadas pela imensidão do nosso território.

Há uma pluralidade de atrações turísticas no nosso país, face às diferenças regionais que englobam recursos hídricos, belezas naturais, riquezas na fauna e na flora, que fazem o deleite dos turistas e que poderiam ser bem aproveitadas na geração de mais divisas para o nosso país. Temos uma grande diversificação quando se estudam as regiões brasileiras, como os segredos e a beleza selvagem da Amazônia, os encantos dos mais de 7.000 km do litoral que nos causa dificuldade para escolher qual o mais bonito; as regiões do cerrado e do centro-oeste, que ficaram séculos adormecidas e que experimentaram um grande desenvolvimento e conhecimento após a inauguração de Brasília; mesmo o nosso nordeste, somente a partir dos anos 70 é que ocorreu um aumento do turismo quando se atentou para a sua culinária, para a sua riqueza musical, o seu rico folclore e, presentemente, concorre com a pujança e as belezas do leste e sul; quem falava na serra da Capivara, no sul do Piauí, com as inscrições rupestres e os sítios arqueológicos de milhões de anos?

O nosso Estado da Bahia bem poderia aumentar o número de turistas, pois também apresenta uma diversidade imensa; temos a Chapada Diamantina, temos as belezas de um litoral de mais de mil quilômetros, tanto ao norte quanto ao sul de Salvador; bem pertinho de nós, ali entre os municípios de Camamu e Maraú, situa-se uma região formada por rios, ilhas, mar e praias, que dificilmente encontraremos em outras regiões.

Pensa bem o governo quando quer aumentar o turismo em nosso Brasil, que tem potencialidades não encontradas, como dissemos, em nenhuma outra parte do mundo. O turismo, ao lado do agronegócio, poderia mudar as condições – para melhor – do povo brasileiro. Agora, para incentivar o turismo, precisamos de boas vias de acesso, de segurança, melhorar as condições de higiene. Anos atrás, em uma pesquisa feita, os turistas, mais que o problema da segurança, reclamaram do lixo espalhado pelos quatro cantos e isso não deixa de afugentar quem procura se divertir. Uma vez mais os problemas deságuam na questão educacional, pois esse problema do lixo esbarra, em boa parte, na falta de educação das pessoas, jogando lixo nas ruas, nos rios e em outros ambientes.

Se queremos aumentar e melhorar o turismo, essas questões têm que ser resolvidas.