Estamos de volta, meu amadíssimo leitor!
Algumas semaninhas de recesso para descansar, renovar, energizar e retornar com tudo aqui para esta coluna. Mais um ano, mais reflexões, mais buscas, mais entregas, mais passos nesta caminhada linda e louca que é a vida no mundão de Deus. E seguimos juntos. Até porque este espaço é uma construção nossa, não é mesmo? Eu aprendo demais com tudo isso aqui e sou muito grata pela confiança, incentivo, apoio, troca e fidelidade de você que me lê aí do outro lado. Mas vamos ao que interessa.
Repare, um dos meus objetivos para 2020 é me cuidar mais. Física, emocional e psicologicamente; investir no meu bem-estar, sabe? Ter mais saúde, mais disposição, mais energia, mais vitalidade – todo mundo deveria colocar isso como foco de vida, mas a gente se perde demais nas tarefas, compromissos, deveres e afazeres da vida. Fato é que comecei a fazer acompanhamento nutricional e recebi do nutricionista a orientação de testar novos sabores, novas formas de preparo dos alimentos que eu sempre disse que não gostava, outros acompanhamentos e descobrir novas versões do meu paladar.
E aí, meu amado leitor, percebi, nesse desbravar alimentar, o quanto de coisa que a gente diz que não gosta, que não faz, que não aceita sem nunca ter provado, vivenciado, passado, sentido. Percebe? O quão fácil é a gente apontar o dedo dizendo que não teria a mesma postura que fulano diante de situação tal, sendo que a gente nunca passou pela situação tal e não faz ideia das dores que ela pode trazer. Quantas vezes a gente julgou uma outra pessoa e a colocou na caixinha da antipatia,sem buscar identificar a razão pela qual ela nos causa tanta antipatia? Sem perceber qual comportamento dela que reconhecemos em nós,ao ponto de nos incomodar tanto.
Quantas vezes a gente disse que tal coisa não é para nós, que não conseguimos, que não damos conta sem ao menos tentar e dar o nosso melhor com dedicação? Avalie quantas vezes você se deixou levar pela opinião do outro. Alguém te disse que alguma coisa,ou pessoa,ou situação,ou seja lá o que for não é bom e você simplesmente aceitou sem buscar conhecer. Cada cabeça é um universo. E cada universo é conjunto das experiências vivenciadas, das percepções e sensações adquiridas. E elas são adquiridas por um único caminho: testando, provando, sentindo, vivendo, se permitindo. E é assim também que a gente cresce e amadurece.
E nesse quesito opinião do outro, entra também o senso comum, viu? Aquilo que todo mundo diz que é, a ideia vai passando de um para outro, ganhando força e no final vira uma verdade sem ninguém nunca ter provado, testado, sentido, vivido. Agora pense na quantidade de coisas que você gostaria de fazer, era um sonho seu, algo que você desejava realizar, aprender, adquirir e não o fez por ouvir que era ruim, não valia a pena, era perda de tempo, não iria te levar a lugar nenhum e daí você abriu mão sem ao menos tentar. Sem experimentar, sem dar o seu melhor, sem vivenciar e tirar as suas próprias conclusões se era realmente tão ruim. E se não fosse? Poderia não ser.
Eis então, meu querido leitor, que eu deixo aqui para você asugestão de se perguntar diante de alguma situação nova: por que não?
Que tal se permitir provar novos sabores, testar novas coisas, arriscar novos caminhos? Ou até mesmo descobrir que gosta de algo que você sempre disse não gostar sem nunca ter experimentado, sentido.
A vida é feita de infinitas possibilidades, meu caro.
* Psicanalista em formação; MBA Executivo em Negócios; Pós-Graduada em Administração Mercadológica; Consultora de Projetos da AM3–Consultoria e Assessoria.
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