É fato bastante conhecido que as mulheres, quando se trata de cuidado com a saúde, são mais cautelosas e mais avançadas que os homens e isso passou a chamar a atenção do Ministério da Saúde e de algumas sociedades de especialidades médicas, quando algumas campanhas foram então deflagradas visando alertar a população masculina, incentivando para procurar os serviços apropriados.
Estamos saindo do Outubro Rosa, quando o enfoque foi o câncer de mama, que, apesar de tantas campanhas e tantos esclarecimentos, ainda acomete boa parte do sexo feminino. Estamos entrando no Novembro Azul, campanha direcionada para as doenças que mais atacam os homens e que surgiu na Austrália, no ano de 2003, propagando-se rapidamente pelo mundo e o dia 17 de novembro é conhecido como o “Dia Mundial de Combate ao Câncer da Próstata, embora abrangendo outras enfermidades.
Por muitos anos, esse assunto foi pouco discutido, até porque não havia os recursos propedêuticos e terapêuticos que temos hoje; as campanhas conclamando os homens a procurar os serviços de saúde também contribuíram para detectar, precocemente, os problemas prostáticos que não se restringem, como se pensa, apenas ao câncer. As doenças da próstata costumam aparecer mais a partir dos 50 anos, embora possam surgir mais cedo, a depender de fatores genéticos, nutricionais e ambientais.
O problema da próstata mais prevalente é a hiperplasia prostática benigna, ou seja, o tumor benigno que, apesar do nome, causa maiores problemas que o câncer, quando este apresenta, na maioria das vezes, um crescimento lento, não determinando tantos sintomas urinários como a hiperplasia benigna. O leigo imagina que os incômodos urinários severos, podendo chegar à retenção urinaria, são causados pelo câncer quando, na verdade, os sintomas do câncer, pelo menos na fase inicial, são leves e podem, até, não existirem.
Mas, além dos tumores benignos e malignos que envolvem a próstata, esta pode, também, ser acometida por processos inflamatórios e infecciosos, bastante comuns e que podem simular o câncer e/ou a hiperplasia prostática benigna; são as prostatites, que os urologistas estão acostumados a diagnosticar e tratar com muita frequência e que costumam se instalar em próstatas que já apresentam algum crescimento.
Como veem os leitores, são várias as doenças que atingem essa glândula que se situa sob a bexiga e que envolve a porção inicial da uretra; as campanhas recomendam que a partir dos 40-50 anos, pelo menos uma vez por ano, o indivíduo do sexo masculino submeta-se a um toque retal e faça a dosagem do PSA; em algumas ocasiões, necessita-se, também, de realizar uma ultrassonografia.
As estatísticas apontam que, no Brasil, a cada 38 minutos, morre um paciente devido ao câncer da próstata; o assunto é muito sério.