João Otávio Macedo: RINS SADIOS E VIDA LONGA


“No Brasil, calcula-se que 19 milhões de pessoas já têm alguma alteração da função renal”


O último dia 10 do corrente mês marcou o “Dia Mundial do Rim”, comemoração criada pela Sociedade Internacional de Nefrologia, no ano de 2006, no intuito de chamar a atenção das pessoas e dos serviços de saúde para a importância dos rins no equilíbrio orgânico e na manutenção da saúde. A data também foi encampada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia que, seguindo a orientação da sociedade internacional, reserva a segunda quinta-feira de março para ser o “Dia Internacional do Rim”.

Atualmente, a população tem sido alertada para os cuidados que deve ter para com os rins, procurando manter hábitos saudáveis, evitando a ingestão de substâncias que podem lesar os rins, principalmente o uso de alguns medicamentos que, apesar de serem eficazes no tratamento da dor e da inflamação são, contudo, muito danosos ao tecido renal.

Os rins têm uma participação muito grande na homeostase, ou seja, no equilíbrio orgânico e constituem o nosso principal filtro, além de terem uma função endócrina, na produção de hormônios. Várias doenças agridem os rins, mas as principais são o diabetes e a hipertensão arterial e, por aí, já se entende que, aqueles que têm as duas ou uma dessas doenças, se fizerem o devido tratamento, estarão protegendo os seus rins; outras enfermidades, como as infecções, os cálculos renais, também conhecidos como ”pedras nos rins”, doenças em outros órgãos e algumas doenças congênitas podem, também, lesar os rins levando-os a um quadro conhecido como doença renal crônica, que é a incapacidade dos rins realizarem suas funções e isso ocorre quando os rins já perderam cerca de 75% da função normal. No Brasil, calcula-se que aproximadamente 19 milhões de pessoas já têm alguma alteração da função renal.

Quando o funcionamento dos rins cai muito e os sintomas aparecem, só resta, mesmo, o procedimento dialítico, ou pela hemodiálise ou pela diálise peritoneal, que são procedimentos diferentes, mas com o objetivo de substituir, em parte, o que os rins deixaram de fazer. Aqui em nossa cidade há pouco mais de trezentas pessoas submetendo-se a um desses tratamentos que foi tentado, pela primeira vez, com algum sucesso, pelo holandês Willem Johan Kolff, em l943. No Brasil, as primeiras tentativas de filtrar o sangue para tratar a insuficiência renal crônica terminal ocorreram no Hospital do Servidor Público Estadual, no Rio de Janeiro, em 1964 e, no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, em 1965. Em nossa cidade, no então hospital Santa Cruz, hoje Calixto Midlej Filho, estamos realizando o procedimento dialítico desde 1976, com a diálise peritoneal e, a partir de 1978, com a hemodiálise.

Quando a doença renal crônica atinge esse estágio de necessitar de diálise, ou ficará o resto da vida dependendo da máquina ou marchará para um transplante renal, quando possível. O primeiro transplante renal foi realizado em Boston, Estados Unidos, no ano de 1954 por Joseph Murray e John Merril.

E assim, de maneira sucinta, procuramos chamar a atenção do (a) leitor (a) para o devido cuidado com os seus rins, tomando os cuidados necessários com o estilo de vida, a alimentação e buscando o auxílio médico quando necessário. Rins sadios e vida longa.