Por Redação do Diário /
Por João Otavio Macedo
Não se pensava que iria durar tanto, mas a pandemia que começou a mostrar os seus tentáculos no início de 2020, ainda não terminou e continua a fazer os seus estragos, não com aquela violência de quando começou mas deixando o seu rastro tenebroso de mortes e incapacidades, espalhadas pelos quatro cantos do mundo.
É bem verdade que o advento da vacina, mesmo surgida a “toque de caixa”, sem observar os padrões rigorosos que devem presidir a pesquisa científica, modificou o panorama e, certamente , salvou milhares de vidas, tal como ocorreu com outras viroses ao longo da história. Veja-se o exemplo da poliomielite, a temida “paralisia infantil”, que matou e aleijou milhões de pessoas, principalmente jovens, por muitos e muitos anos, até que surgiu a vacinação e a mortalidade caiu bruscamente.
Essa pandemia, que vem perdendo a sua sanha destruidora, mexeu com o mundo todo, que não será mais o mesmo quando o seu agente infectante for diminuindo já que, segundo a opinião abalizada de alguns cientistas envolvidos no problema , o vírus irá diminuir e a infecção adquirirá um caráter semelhante às outras pandemias. Lamentamos as vidas preciosas perdidas para o vírus e os enormes prejuízos observados em todas as atividades humanas.
Há cerca de dois meses, um diretor da Organização Mundial da Saúde, órgão das Nações Unidas para a saúde, advertia que as populações, tão logo os casos da pandemia fosses diminuindo, passassem a se preocupar com outras infecções causadas também por vírus, a exemplo da dengue, que poderiam retornar com a mesma força com que já fizeram, também, o seu estrago ; essa advertência ocorreu dias antes que os meios de comunicação mostrassem um surto da dengue, no estado do Paraná; concomitantemente, novos casos de dengue e chikungunya que também teriam surgido aqui perto, em Coaraci e Almadina, colocando em alerta o pessoal envolvido com o problema; essas duas viroses, mais a zika vírus,são todas veiculadas pelo mosquito aedes aegypti, que também transmite a febre amarela.
Como se pode observar, o panorama não é nada alentador principalmente quando se analisa a ação desse vetor, o mosquito da espécie aedes aegypti ,com as condições sanitárias do nosso país que, embora tenha melhorado bastante, ainda apresenta focos favoráveis à proliferação do mosquito. Veja-se a quantidade de lixo em muitos bairros de várias cidades, a deficiência no saneamento básico, a falta de água tratada e de boa qualidade, problemas que ocorrem por aqui e em muitas partes do planeta.
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e sua história,no nosso Brasil ,é bem conhecida, trazendo de volta a lembrança de dois grandes sanitaristas,Oswaldo Cruz e Emílio Ribas, o primeiro no Rio de Janeiro e o segundo, em São Paulo,que muito fizeram no âmbito da saúde pública e no combate a esse renitente vetor que, sozinho, consegue transmitir a febre amarela, a dengue, a chikungunya e a zika vírus.
Sem o decisivo apoio da população, será em vão as ações governamentais pois é dever de cada habitante fazer a sua parte, com destinação do lixo, não deixando objetos que podem ser reservatórios para o mosquito; cultivar os bons há bitos de higiene; segundo ainda os cientistas, não se poderá acabar com o mosquito mas muito poderá ser feito para diminuir a sua população e, com isso, diminuir os casos de infecção pelos vírus acima citados.