Por João Otávio Macedo
Não sei se o Monsenhor Moysés Gonçalves do Couto e seus pares, quando se reuniram para fundar um hosptal em Itabuna,, tinham em mente que o empreendimento se tornaria tão grande e importante. O antigo Arraial de Tabocas havia conseguido a emancipação política de Ilhéus, após muitas lutas, no ano de 1910 e havia muito coisa a ser feita, inclusive no âmbito da saúde. Muitos médicos aqui já trabalhavam, havia algumas casas de saúde mas sentia-se a falta de um hospital, principalmente para tratar a indigência,
Assim sendo, na noite de 4 de julho de 1916, na casa paroquial e contando com a presença do Bispo de Ilhéus D.Manoel Antonio de Paiva foi realizada uma reunião, contando com pessoas importantes da comunidade, quando ficou decidido que seriam criados uma Santa Casa de Misericórdia, um Hospital e um Cemitério, Algumas Santas Casas já funcionavam no país, tomando-se por base a primeira Santa Casa que foi criada, , em Lisboa, a 15 de agosto de 1498, pela Rainha de Portugal Dona Leonor de Lencastre . No Brasil havia o exemplo da Santa Casa de Santos fundada em 1543 na hoje cidade de Santos, S. Paulo., a primeira no Brasil.
A nossa Santa Casa de Misericórdia de Itabuna foi oficialmente fundada a 28 de janeiro de 1917 sendo seu primeiro Provedor o Monsenhor Moysés Gonçalves do Couto que logo começou, com membros da Provedoria e da Irmandade, a angariar recursos para o início da construção do hospital que foi oficialmente inaugurado a 07 de setembro de 1922, funcionando com 10 leitos e com 03 funcionários, com o nome de Hospital Santa Cruz.
A Santa Casa de Misericórdia de Itabuna tem uma história bonita, de conquistas e de diifculdades mas tem tido a sorte de contar com pessoas abnegadas, da comunidade que dão o seu tempo e sua capacidade em favor da institiuição. Trinta e um Irmãos ocuparam a Provedoria dando o melhor de si na condução da entidade, hoje uma das maiores empresas da cidade e da região, empregando cerca de 1.700 funcionários. No momento está sob a firma batuta de Francisco Valdece Ferreira de Sousa que, tal como os seus antecessores foi envolvido pela mística da Santa Casa na alegria do servir.
A Santa Casa de Misericordia de Itabuna, tal como a maioria de suas congêneres, vive com dificuldade financeiras e isso tem sido uma tônica; Antigamente o deficit decorria d o atendimento à indigência e, presentemente, como tem que atender um percentual grande do Sistema Único de Saúde, SUS, sofre com a falta de atualização dos valores pelos serviços prestados e,, com isso, está constantemente com deficiti financeiro.
No Relatório Anual de Atividades de 2022 vê-se que o deficit mensal da instituição é superior r a dois milhões de reais
A Santa Casa de Itabuna tem brilhado pelo pioneirismo em muitas atividades medico-hospitalares e, além dos Hospitais Calixto Midlej Filho ( ex Hospital Santa Cruz), Manoel Novaes, vai administrar o Hospital São Lucas e o Hospital Ana Mariani, na distante cidade de Barra, situada no oeste baiano. É a Santa Casa enveredando por novos horizontes, marcando o arrojado pioneirismo que foi a marca principal desde os seus primeiros dirigentes (Monsenhor Moysés à frente).
A população de Itabuna e, agora, também a de Barra sabem que há uma instituição séria cuja marca principalmente é o de cuidar de gente, , principalmente de gente doente, que necessita do apoio de muitos para recuperar e/ou manter o bem mais precioso que temos,, que é a saúde.
João Otavio Macedo.