Fez-se justiça?



 

Na semana passada, o processo de cassação da chapa vitoriosa em 2014 tomou as atenções do povo brasileiro. São coisas interessantes que vimos no nosso fabuloso país, que não sei se também ocorrem em outros lugares; dá para entender que, após dois anos e meio de governo, haja julgamento para saber se os eleitos ficam ou não? estamos na metade do ano, restando, portanto, um ano e meio de governo pois, no próximo ano, teremos novas eleições; esse julgamento deveria ser feito logo no primeiro ano de governo.

O processo rolou por muito tempo até que, enfim, no dia 09 do corrente, foi a julgamento, no Tribunal Superior Eleitoral, considerando que a chapa vitoriosa em 2014 não merecia cassação. O resultado, como tudo na vida, agradou a uns e desagradou a outros. Após o julgamento, ouvimos opiniões diferentes, não só dos políticos como de juristas e magistrados aposentados, ora condenando ora absolvendo os dois envolvidos, a presidente e o vice. Parece-me, após observar as diferentes interpretações do pessoal da área jurídica que, do ponto de vista estritamente jurídico, o mais acertado seria a condenação; do ponto de vista político, as opiniões são outras e houve até um ex-presidente do referido TSE que disse, em entrevista a um canal de televisão, que os julgamentos, mesmo atendo-se aos aspectos eminentemente jurídicos, não deixam de ter alguma conotação política. Esse julgamento ainda propiciará muitos comentários mas já é página virada na história do Brasil.

O atual presidente está vivendo dias muito difíceis, que pioraram bastante após as denúncias de um dos donos do conglomerado JBS, causando um pesado estrago na já combalida vida política da nação. Há quem jogue as cartas, apostando que o atual governo não conseguirá ir até o final pois é alvo de pesadas acusações, algumas envolvendo gordas “propinas” que teriam ido parar no bolso do presidente e de graduados assessores. Não sei se é verdade e continuo aguardando a palavra final da justiça, apesar dos pesares.

A favor do atual governo temos uma melhorada na economia, que mexe diretamente no bolso do cidadão e da cidadã; na baixa da inflação; no superávit da balança comercial e na retomada de crescimento da indústria. Pesa o preocupante número de 14 milhões de desempregados. Um fator também a favor do atual governo, que não tem sido muito comentado, é a diminuição das invasões de terra, das ameaças do membros do MST, fatos corriqueiros nos dois últimos governos.

Estamos em plena crise e isso não é nenhuma novidade; os três poderes, apesar de estarem bem próximos naquela bela praça em Brasília, não se entendem e parecem manter um estado de beligerância, que não traz nenhum benefício à nossa conturbada democracia. A cada dia, uma” alfinetada” de um lado ou de outro mas, felizmente, como quase todos fazem questão de dizer, e é verdade, as instituições continuam sólidas. Não paira no horizonte a menor sombra de um possível golpe, como vimos em décadas passadas.

É preciso acreditar na democracia e torcer para que os políticos tomem juízo; e os empreiteiros, idem.

João Otavio Macedo.