A VOZ DA OPOSIÇÃO


João Otavio Macedo comenta sobre entrevista do senador e ex-ministro Ciro Nogueira-


Na noite da última segunda-feira, mesmo sem muita vontade, acabei assistindo ao programa RODA VIVA, na TV Educativa, e o entrevistado da noite era o Senador pelo Piauí, CIRO NOGUEIRA, que me causou uma grata surpresa ao vê-lo criticar o atual governo, mas com dados e com argumentação convincentes. O Senador CIRO já andou por alguns partidos e o seu último posto de relevância foi ocupar a Casa Civil do Governo Bolsonaro onde, segundo os analistas políticos, fez um bom trabalho.

Sabemos bem que a praxe política não é fácil e poucos são os que nela ingressam não como um múnus a ser prestado à coletividade, mas como uma brilhante oportunidade de fazer as suas “negociatas”, bem conhecidas por aqueles que acompanham o desenrolar da política. A cada eleição, espera-se que o panorama vai melhorar, mas o término é sempre o mesmo; por isso, vale a pena lembrar as palavras de Ulysses Guimarães, um político sério que honrou o seu mandato e, ao ouvir os comentários de um interlocutor criticando o atual Congresso, o sábio Ulysses teria dito: “você está achando ruim o Congresso, pois espere pelo próximo, que vai ser muito pior”. Costumo utilizar esse exemplo quando alguém faz uma crítica ao parlamento. Felizmente, já tivemos figuras de proa no parlamento brasileiro e, se o eleitorado tiver o devido cuidado, poderá melhorá-lo a cada eleição, bastando que escolha bem os candidatos.

Mas, voltando ao programa da TV Cultura, o RODA VIVA, com o entrevistado Ciro Nogueira, este não poupou críticas ao atual governo e derramou elogios e mais elogios ao ex-presidente Bolsonaro, chegando inclusive a dizer que foi o melhor governo que o Brasil teve nos últimos anos; o entrevistado sofreu pesada “carga” da equipe de entrevistadores, homens e mulheres com larga experiência na comunicação e na política. Mas o Senador não deixou pergunta sem resposta nem deixou de justificar as possíveis falhas do governo, apresentadas pelos jornalistas. Citou o número excessivo de ministérios, comparando os que Bolsonaro deixou e os que já foram recém-criados. O Senador exortou a qualquer um a citar falcatrua no último governo, o que não aconteceu.

O programa foi longo e lamento não haver copiado as perguntas e as respostas, no sentido de fazer uma análise mais cuidadosa, mas, do que ouvi, dou-me por satisfeito e a minha análise do governo Bolsonaro, empata, mais ou menos, com o que foi explanado pelo Senador. Ele chegou, inclusive, a fazer uma comparação entre Bolsonaro, Juscelino Kubitschek e Getulio. Com meus parcos conhecimentos, não chegaria a tanto, pois considero Juscelino e Fernando Henrique Cardoso como exemplos de estadistas que, além de realizarem um bom governo, pensaram o país para o futuro. Mas isso é uma opinião minha, salvo melhor juízo, e esta grande e rica nação terá que ser solidificada, não somente pelo trabalho dos dirigentes, mas de todo o povo brasileiro.